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Uma Boa Ideia

Publicado 28.12.2014, 16:22
PBR
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Ainda é cedo

Felipe Miranda escrevendo, em caráter excepcional. Beto prolongou as festas, mas na segunda-feira está de volta.

Com a persiana parcialmente levantada, olho pela janela e vejo uma neblina atípica para esta época do ano pairando sobre a Faria Lima. Talvez seja pela apreensão às vésperas da definição do bônus da tchurma, outrora gordo e hoje mirrado.

Pode ser também algo menos frívolo, como se a realidade viesse zombar dos analistas, complacentes com os riscos escondidos num cenário de farra da liquidez. Recordes históricos para as Bolsas norte-americanas, na iminência da subida do juro e com mercados emergentes enfraquecidos.

Se a economia dos EUA, de fato, se recupera de forma pronunciada e abrangente - o que parece ser o caso -, as demais economias cansam de correr na direção contrária, sem pódio de chegada ou beijo de namorada.

Esse descompasso me lembra as crises de realização dinâmica, para usar o termo de Maria da Conceição Tavares, empregado, obviamente, para outro contexto. E essa neblina me lembra aqueles videoclipes dos anos 80, com gelo seco sendo soprado por debaixo da câmera e o aprendiz Dado Villa-Lobos fazendo harmônicos cafonas.

Janet Yellen diz que ainda é cedo para subir o juro nos EUA. Havemos de ponderar: eu não sei qual seu nível de paciência, mas, se for como eu, 5% já parece dose suficiente para mudar de ideia.

Complacência

Nessas de pegar emprestado termos de outros economistas, agora recorro à Complacência, título do livro de Alexandre Schwartsman e Fábio Giambiagi, originalmente usado para definir certa passividade dos formuladores de política econômica no Brasil para enfrentar os problemas estruturais de oferta (não de demanda) agregada.

Embora concorde com o argumento, aqui uso a ideia no sentido do apreçamento de ativos, com prêmios de risco que me parecem excessivamente comprimidos. Com balanços de Bancos Centrais inchados - e a exceção é o BCE, que deve entrar para o time a partir de janeiro -, existe uma espécie de estímulo deliberado em favor da assunção de riscos exagerados.

Na vitória, ninguém lembra dos erros. Quando a maré virar, veremos o tamanho dos excessos. Riscos escondidos são os piores, justamente pois são difíceis de mensurar. E não há nada mais propício para riscos escondidos do que a farra do dinheiro barato e um ano de ganhos vultosos para as bolsas internacionais.

Por ora, a promessa de paciência feita por Janet Yellen num cenário de PIB dos EUA crescendo forte parece bastar. Ainda é cedo para a conversa de ajuste, fica para 2015. Todos merecem estourar um champanhe no dia 31 e a cota de fim de ano não pode atrapalhar.

Guilherme Boulos deve estar muito feliz (ele e o Belluzzo)

Além da neblina, da complacência e do aniversário do meu primo Regis, há poucas coisas relevantes na sexta-feira. A liquidez reduzida é um convite às puxetas de final de ano.

De fatos novos, temos somente a digestão do anúncio do novo ministério e capítulos adicionais de novela chamada Petrobras.

O Governo medíocre anunciou um ministério....medíocre - exceção óbvia é Joaquim Levy, mas que não conta neste caso pois há havia sido previamente comunicado.

O problema maior é que, quando o ciclo é favorável, la nave va. A mediocridade do executivo impõe custos apenas moderados. Meu temor é de que o medíocre seja transformado em trágico na maré baixa.

Quais serão os efeitos da inação da presidente e de seus ministros num cenário de subida das taxas de juro nos EUA, ajuste fiscal e monetário no Brasil, provável instabilidade política interna, queda das commodities e risco de crise nos mercados emergentes?

Too big will fail

A tudo isso, somam-se os problemas da Petrobras. A cada dia, surge ao menos um novo capítulo. Hoje, especificamente temos três novidades para digerir:

i) a Moody’s colocou em observação os ratings da companhia para possível rebaixamento;

ii) a cidade de Provence nos EUA entrou com ação coletiva contra a empresa pelos motivos esperados e conhecidos; e

iii) a estatal está assumindo dívidas de fornecedores para evitar uma quebradeira na cadeia de suprimentos.

Petrobras está obviamente na lista do too big too fail (grande demais para falir). Risco de crédito em Petro é, em termos práticos, risco soberano e somente por isso pode haver atratividade nos títulos em dólar da companhia.

Aqui, porém, vale citar Taleb: too big will fail (os grandes demais irão falir), pelo aumento de complexidade e incentivo aos riscos escondidos (de novo eles).

Entendo como inevitável um aumento de capital em Petrobras e receio que, novamente, essa operação venha a ser conduzida sob as piores práticas possíveis de governança corporativa, com a União aportando, a exemplo da capitalização anterior, o Oceano Atlântico na companhia, enquanto os demais acionistas tiveram de entrar com dinheiro.

Ainda mais problemático é que a questão de Petrobras assume contornos sistêmicos, com toda a cadeia envolvida e, suspeito, até mesmo bancos (não os grandes) em risco.

So This is Christmas

Agora chega de choro e reclamação. Estamos em clima de final de ano e precisamos de algo pragmático.

So this is Christmas and what have you done?

O que você fez para preparar seus investimentos para um 2015 desafiador? Como fez para ganhar dinheiro num ano de extrema volatilidade na renda fixa, perda de valor para a moeda brasileira e Bolsa em queda?

Temos recomendando fortemente a nossos clientes a compra de dólares, há vários meses. É isso, junto a posições vendidas em Bolsa, que fez a Carteira Empiricus superar o CDI em 2014. No mês, o portfólio recomendado sobe 1,81%, equivalente a 232% do benchmark. No acumulado desde o início, a Carteira rende 119% do CDI, algo importante, num momento de desvalorização da maior parte dos ativos brasileiros e em que a maior parte dos fundos macro encontra-se abaixo do benchmark.

Continuamos trabalhando para que as recomendações continuem oferecendo retornos absolutos e relativos consistentes, independentemente do cenário de mercado. Estamos satisfeitos com o desempenho até aqui, mas cientes de que o esforço é contínuo.

Recomendamos que você conheça a Carteira Empirucus. Seus investimentos precisam estar blindados para este 2015. Cuide de sua saúde financeira antes que seja tarde.

Uma boa ideia

Enquanto as bolsas norte-americanas renovam recordes históricos, flertamos com os 51 mil pontos. Seja como for, brasileiro sempre tem uma boa ideia e arruma um jeito para comemorar.

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