O varejo brasileiro iniciou o segundo semestre de 2024 com uma queda de 1,0% em julho, em comparação ao mês anterior, conforme aponta o relatório do Índice de Atividade Econômica Stone (NASDAQ:STNE) Varejo. Já a comparação anual do mesmo período, registrou uma leve alta de 0,1%.
Diante dos resultados desse mês, o setor varejista brasileiro ainda se mantém, no acumulado, em níveis superiores ao mesmo período de 2023, porém essa diferença vem se reduzindo com o passar dos meses.
Um ponto positivo de julho foi o resultado setorial do índice. Entre os seis segmentos monitorados, quatro apresentaram alta no volume de vendas no período. A queda registrada no resultado geral do mês foi fortemente influenciada pelo setor de hipermercados, supermercados, produtos alimentícios, bebidas e fumo que tem um peso significativo no índice e apresentou um resultado mensal de -5,8%.
Outro segmento com resultado negativo foi o de Artigos Farmacêuticos, com queda de 1,2% no comparativo mensal sazonalmente ajustado. Entretanto, o segmento registrou uma alta de 0,8% em comparação ao mesmo período do ano passado. Dessa forma, o setor ainda se mantém em níveis superiores ao do ano anterior, mas já aponta para uma tendência mais clara de redução no volume de vendas em 2024.
Os destaques positivos do mês ficaram por conta dos segmentos de Material de Construção e Móveis e Eletrodomésticos. Ambos registraram crescimento tanto no comparativo mensal quanto no anual, pelo segundo mês consecutivo.
Como são segmentos mais sensíveis ao crédito, esse resultado é potencialmente explicado pelas sucessivas quedas na taxa básica de juros ocorridas desde o final do ano passado. Contudo, como o afrouxamento da política monetária parece ter chegado ao seu limite, as projeções de resultados para esses dois segmentos nos próximos meses ainda são incertas.
Já na análise regional, os destaques positivos foram os resultados de crescimento no varejo do Amazonas (+9,3%) e do Rio Grande do Sul (+4,3%) que reforça o cenário de reestabilização do varejo no estado após a calamidade climática do primeiro semestre. Tendência que já era apontada nas edições anteriores do relatório.
Já o pior resultado regional foi a queda de 11,5% registrada em Rondônia. Além disso, as regiões Sudeste e Centro Oeste apresentaram queda do volume de vendas no varejo em todos os seus estados e no Distrito Federal.
O varejo nacional inicia o segundo semestre ainda com incertezas e mais meses de análise serão necessários para observar se o cenário de estabilidade apontado nos primeiros seis meses do ano se sustentará.