LONDRES (Reuters) - Os mercados globais do petróleo permanecerão com excesso de oferta pelo menos até o final de 2016, com um crescimento mais lento da demanda e o aumento de produção da Organização dos Países Exportadores de Petróleo (Opep) colocando ainda mais os preços da commodity sob pressão, afirmou nesta sexta-feira a Agência Internacional de Energia (IEA).
A IEA, que assessora nações desenvolvidas sobre políticas energéticas, disse que a abundância mundial de petróleo deve aumentar nos próximos meses, com suprimentos adicionais do Irã --quando e se as sanções do Ocidente forem removidas.
Mas a agência acrescentou que a velocidade recorde de reconstrução de estoques globais diminuiria no próximo ano.
"Os mercados mundiais do petróleo permanecerão pelo menos até o final de 2016 com excesso de oferta... embora o ritmo de construção de estoques globais deva cair pela metade no próximo ano", disse a IEA, em seu relatório mensal.
O crescimento da demanda vai provavelmente desacelerar para 1,23 milhão de barris/dia em 2016, ante máxima de cinco anos de 1,79 milhão de barris/dia em 2015, com o suporte da queda dos preços começando a diminuir.
Diante do relatório da agência, os preços do petróleo atingiram novas mínimas de sete anos nesta sexta-feira.
O petróleo Brent recuava 0,54 dólar, ou 1,36 por cento, a 39,19 dólares por barril, às 11:50 (horário de Brasília). O petróleo dos Estados Unidos caía 0,43 dólar, ou 1,17 por cento, a 36,33 dólares por barril.
Os preços acentuaram queda neste mês depois de a Opep não conseguiu impor um teto para sua produção, após reunião na semana passada.
Produtores da Opep bombearam mais petróleo em novembro do que em qualquer mês desde o final de 2008, a cerca de 31,7 milhões de barris por dia.
(Por Dmitry Zhdannikov)