SÃO PAULO (Reuters) - A alemã Helm, de produtos químicos, fertilizantes e defensivos agrícolas, pretende praticamente dobrar sua participação e faturamento no mercado brasileiro, para alcançar vendas de 1 bilhão de reais no país até 2020, ante cerca de 450 milhões de reais no ano passado, disseram à Reuters executivos da companhia nesta sexta-feira.
A empresa, que no país tem os insumos voltados principalmente para os mercados de soja e milho, que respondem por 70 por cento do negócio, tem projeção de faturar cerca de 550 milhões no Brasil em 2017.
"O Brasil tem um potencial enorme... de onde vai vir o próximo salto de produção agrícola global? É do Brasil", disse o líder global da Helm, Stephan Schanebel, proprietário de 40 por cento da companhia.
Ele comentou que o Brasil é um país chave para o futuro da empresa e da agricultura global, devido ao enorme potencial ainda existente para a produção agrícola em comparação com o restante do mundo.
A companhia também prevê investir 8 milhões de reais em pesquisa e desenvolvimento no país neste ano, com a realização de cerca de 250 testes necessários para a busca de registros antes do início da produção de novos produtos.
Segundo o presidente da Helm no Brasil, Thomas Britze, cerca de metade do faturamento previsto para 2020 deverá vir de novos produtos a serem lançados nos próximos anos.
O mais recente lançamento é o fungicida Previnil, que demorou seis anos para ser colocado no mercado, devido à exigência de aprovação pelo Ministério do Meio Ambiente, Anvisa e Ibama.
"É complexo registrar produtos no Brasil, mas o ministro Blairo Maggi (da Agricultura) está comprometido em acelerar isso", comentou.
Já Schanebel comentou ainda que a Helm, uma empresa familiar desde os anos 70, tem observado atentamente os movimentos de consolidação da indústria global de defensivos agrícolas, como a recente fusão da Bayer com a Monsanto e a compra da Syngenta pela ChemChina.
Mas ressaltou que a Helm "não está à venda" e seguirá comprometida com uma estratégia de crescimento sustentável.
"Uma das razões dessas fusões é que você tem uma situação em que o mercado não está crescendo, globalmente ele está encolhendo. Então a pressão por performance e por novos lucros para os acionistas está aumentando...", comentou.
(Por Luciano Costa)