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Brasil pode exportar volume recorde de farelo de soja em 2024, indica Anec

Publicado 12.11.2024, 11:26
Atualizado 12.11.2024, 17:50
© Reuters. Colheita de milhon13/07/2022nREUTERS/Rodolfo Buhrer
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Por Roberto Samora

SÃO PAULO (Reuters) -A exportação de farelo de soja do Brasil em 2024 provavelmente marcará um novo recorde, superando a melhor marca da história registrada em 2023, afirmou a Associação Nacional dos Exportadores de Cereais (Anec), nesta terça-feira, à Reuters.

"Considerando que o volume mensal de farelo de soja é bem linear, exportaremos mais do que em 2023", disse o responsável pela área de Inteligência de Mercado da Anec, Jean Budziak.

A Anec não faz uma projeção numérica de embarques de farelo de soja, diferentemente do que realiza para soja e milho.

Mas a indicação, com base na programação de navios para novembro e nos volumes embarcados de janeiro a outubro, apontam um novo recorde no ano, já que faltaria pouco para se confirmar o recorde anual em dezembro.

No acumulado de janeiro a novembro, a expectativa é de que o Brasil exporte 21,12 milhões de toneladas de farelo de soja, enquanto em todo o ano passado os embarques somaram 22,35 milhões de toneladas, segundo números da Anec.

Para superar 2023, portanto, as exportações de farelo de soja precisariam somar pouco mais de 1,23 milhão de toneladas em dezembro. Em todos os meses de 2024 o Brasil exportou volumes maiores do que esse.

Em outubro, por exemplo, a exportação somou uma máxima histórica de 2,46 milhões de toneladas, conforme a Anec.

Para Budziak, o recorde de outubro foi resultado de uma soma de fatores, incluindo a preocupação com os prazos da lei antidesmantamento da União Europeia, que geraram uma antecipação da demanda.

A UE é o principal mercado para o farelo de soja do Brasil.

"Após a notícia da prorrogação (da entrada em vigor da lei antidesmantamento), não houve tempo hábil para renegociar", acrescentou.

Ele disse ainda que as "boas margens de esmagamento no Brasil" também contaram favoravelmente para os grandes embarques em outubro.

"Alguns terminais no Brasil, por conta das margens ruins nas exportações de soja e milho, optaram por operar farelo de soja. E, por fim, tivemos vários navios iniciando as operações de embarque em setembro, com os processos finalizados nos primeiros dias de outubro, formalizando o transporte dessas cargas naquele mês", explicou.

Caso se confirme um recorde para o ano, a exportação superaria 2023, quando o Brasil exportou mais aproveitando uma quebra de safra na Argentina, tradicionalmente o maior exportador global de farelo de soja.

Em 2023/24, o Brasil deverá voltar a ser o segundo exportador global de farelo de soja, após ter superado a Argentina em 2022/23, segundo dados do Departamento de Agricultura dos EUA (USDA).

O Brasil é líder nas vendas externas e na produção da soja em grão.

ALTA PARA NOVEMBRO

Mais cedo nesta terça, a Anec divulgou suas projeções semanais para o mês, que ficaram acima das previsões da semana passada.

A exportação de soja do Brasil em novembro deverá somar 2,81 milhões de toneladas, estimou a Anec, ante 2,45 milhões na projeção da semana anterior. No mesmo mês do ano passado, o país exportou 4,6 milhões de toneladas do grão.

© Reuters. Colheita de milho
13/07/2022
REUTERS/Rodolfo Buhrer

A Anec também aumentou a projeção de exportação de milho neste mês, para 5,38 milhões de toneladas (ante 4,77 milhões), e a do farelo de soja a 1,87 milhão (ante 1,56 milhão).

Em novembro do ano passado, os embarques de milho somaram cerca de 7 milhões de toneladas, enquanto os de farelo de soja atingiram 1,9 milhão de toneladas.

(Por Roberto Samora, com reportagem adicional de Luana Benedito; edição de Letícia Fucuchima e Pedro Fonseca)

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