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Apesar da queda na semana passada, Petróleo pode voltar a subir

Publicado 26.06.2022, 05:28
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Por Barani Krishnan

Investing.com -- Os medos de uma recessão e um Federal Reserve aparentemente implacável causaram estragos este mês, com o petróleo WTI registrando perdas semanais seguidas pela primeira vez desde abril, mesmo com o S&P 500 tendo voltado ao azul na semana.

Embora a cultura de touro dos mercados determine que o que cai deve (eventualmente) subir, tanto os dados de habitação nos EUA como os relativos ao emprego ainda não cederam ao Fed, sinalizando mais ansiedade com os juros adiante.

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As vendas de imóveis residenciais novos nos Estados Unidos saltaram quase 11% em maio na comparação com um mês antes, de acordo com os dados divulgados na sexta-feira pelo Departamento de Comércio, superando as previsões dos economistas e destacando a dificuldade do Fed em restringir a demanda num setor que contribui para o descontrole da inflação.

A inflação, na medição do Índice de Preços ao Consumidor, ou IPC, registrou seu maior valor em quatro décadas, a 8,6% no ano em comparação a maio de 2021, contra a meta do Fed de 2%.

Os componentes relacionados à habitação constituem cerca de 30% da estrutura do IPC, segundo os economistas.

A demanda por habitação ainda não entrou em colapso, apesar da disparada de 37% nos preços dos imóveis residenciais nos EUA nos últimos dois anos. Enquanto isso, os juros imobiliários subiram de 3,2% para 5,88% nos últimos seis meses. A combinação forçou a alta do custo de propriedade residencial para o patamar mais alto em uma geração.

Ainda assim, o consumidor americano parece ser incrivelmente resistente a tais pressões, com o consumo das famílias dos EUA representando cerca de 68% das despesas agregadas, mesmo após a queda de 1,4% no produto interno bruto durante o primeiro trimestre. Este é o tipo de força, na opinião dos economistas, que pode ajudar o PIB americano a flutuar e evitar uma recessão em 2022.

Mary Daly, chefe do Fed de São Francisco, sinalizou isso na sexta-feira, afirmando que "uma desaceleração na habitação seria bem-vinda". Para uma dirigente do banco central normalmente dovish, Daly sugeriu que seria bom para a Fed "carregar" os juros e tirar as expectativas do caminho.

"Já que os mercados precificam um aumento de 0,75 ponto percentual, vamos fazer esse aumento", disse Daly, sugerindo que o Fed repita em julho a maior elevação dos juros em 28 anos, feita no início deste mês.

"A política monetária está numa rápida trajetória para neutra até o final do ano", ela acrescentou.

"Neutra" é a expressão do Fed para trazer as taxas de juro à paridade com a inflação, de modo a impedir maior aumento das pressões sobre os preços. O Fed está determinado a levar as principais taxas de empréstimo, hoje entre 1,5% e 1,75%, para entre 4,5% e 4,75% até dezembro. Também pretende começar a vender os títulos em seu poder a fim de reduzir ainda mais a inflação.

O mesmo vale para o mercado de trabalho.

Embora os pedidos semanais de auxílio-desemprego nos EUA já não estejam mais dando muita preocupação ao banco central - mal se movendo, em qualquer direção, do nível de 230.000 pedidos nas últimas três semanas - é o crescimento dos salários que realmente precisa cair.

Os salários dos EUA vêm subindo mês a mês desde abril de 2021, com reajuste acumulado de 6,1% nos últimos 14 meses, ou média de 0,4% por mês. Esse descompasso complicou ainda mais os esforços do banco central para equilibrar a economia, pois o nível de emprego e o aumento salarial contribuíram significativamente para a inflação.

"Se a oferta continuar a ficar para trás e a inflação continuar elevada, teremos de fazer isso mais vezes; caso contrário, teremos de fazer menos", disse Daly, acrescentando: "É provável que aperto adicional além da neutralidade seja o passo seguinte".

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Petróleo: Fechamentos e Atividade dos Mercados

Os longs no petróleo WTI assistiram a sua primeira perda semanal seguida desde abril, em meio a temores de uma recessão que pode impor um desafio maior que se pensava ao setor de energia, apesar do verão do hemisfério norte ser normalmente uma temporada concorrida no setor de viagens.

Foi também uma semana incomum para os participantes do comércio de petróleo, com a não publicação do relatório regular de inventários da Energy Information Administration dos EUA devido a "problemas de energia". A Bloomberg disse que o relatório será divulgado na próxima semana, o que significa que haverá dois relatórios da EIA na semana que vem.

O petróleo WTI, negociado em Nova York e referência de preço nos EUA, fechou o pregão de sexta-feira a US$ 107,06 por barril.

Embora isso tenha sido um ganho de US$ 2,79, ou 2,68%, no dia, não foi suficiente para proporcionar lucro semanal para quem foi às compras uma semana antes, quando a commodity fechou a US$ 109,56. Para esses investidores, o benchmark de petróleo dos EUA proporcionou um prejuízo semanal de 1,8%.

Tendo em conta a queda de 9,2% da semana anterior, essa foi a primeira perda semanal consecutiva do WTI desde abril. Antes disso, ele havia registrado um rali contínuo de sete semanas consecutivas.

O Brent, negociado em Londres e referência global para o petróleo, encerrou o pregão de sexta-feira a US$ 113,19 - alta de US$ 3,14 - ou 2,8% no dia. Mas, na semana, o Brent fechou estável, na sequência da queda de 7,3% registrada na semana anterior.

A despeito das mais recentes movimentações, o WTI continua a registrar avanço de 47% no ano após seis meses de ganhos até maio, enquanto o Brent apresenta um aumento anual de quase 45%.

Apesar disso e do otimismo registrado com as viagens de verão, os preços do petróleo cederam na última quinzena "sob o peso dos receios de uma recessão e do posicionamento", afirmou Scott Shelton, corretor de futuros de energia da ICAP, em Durham, na Carolina do Norte.

"Acho que o petróleo deveria estar bem mais alto que isso, mas, de novo, eu reconheço que a maioria dos touros está enfrentando dificuldades e, de forma bem honesta, sem paciência em muitos casos devido à volatilidade e a uma queda de quase 20 dólares num curto período", acrescentou Shelton.

Há apenas duas semanas, o WTI atingiu a máxima em três meses, acima dos US$ 123 por barril, enquanto o Brent disparou para picos semelhantes, superando US$ 120.

Desde então, o Fed ameaçou estragar o espetáculo para os longs do petróleo.

No front do petróleo, a gasolina, que insiste em se agarrar à marca de US$ 5 por galão, não chegou a destruiu a demanda entre os motoristas norte-americanos na preparação para a temporada de viagens rodoviárias de verão no país.

A história se repete nas viagens de avião, apesar dos preços de passagens mais altos para os passageiros e do combustível de aviação mais oneroso para as companhias aéreas.

Os consumidores americanos desembolsaram US$ 6,6 bilhões em fevereiro com reservas de passagens de avião durante as férias de primavera, segundo dados compilados pela Adobe Analytics. Isso representou um aumento de 6% em relação a fevereiro de 2019, e de 18% na comparação com janeiro deste ano.

Nos primeiros 15 dias de maio, as despesas das companhias aéreas aumentaram 24% em comparação com 2019, enquanto as reservas subiram apenas 3%. A diferença entre gastos e reservas "destaca os efeitos de preços persistentemente altos", disse a Adobe.

Petróleo: Perspectivas de Preços

Ao fechar acima da média móvel simples de 100 dias de US$ 102,30 e abaixo da média móvel exponencial de 50 dias de US$ 209,30, o WTI mantém a possibilidade de um rompimento na próxima semana, afirma Sunil Kumar Dixit, estrategista técnico chefe do site skcharting.com.

"Uma movimentação sustentada acima da MMS de 100 dias de US$ 102,30 vai manter a subida do petróleo em direção à MME de 50 dias, de US$ 109,30, que é o ponto de aceleração para uma nova disparada rumo a US$ 111,50 e US$ 113,50", afirmou Dixit.

Ele disse que um movimento assim será influenciado pela sobreposição positiva dos níveis de MMS e MME com a leitura estocástica diária do WTI, que atualmente está em 24/16.

Por outro lado, uma rejeição dos US$ 109,30 enfraquecerá a dinâmica do WTI, disse Dixit.

"Poderemos ver então um impulso para os níveis de US$ 105 a US$ 102, o que poderia estender as vendas para as áreas de US$ 98 a US$ 95 e US$ 92", acrescentou.

Ouro: Fechamentos e Atividade dos Mercados

Os touros do ouro registraram uma segunda semana de perda depois que o metal derrapou nos níveis intermediários dos US$ 1.800, em meio ao interesse especial na próxima alteração das taxas de juros do Federal Reserve no momento em que a inflação dos EUA mal se deslocou da sua marca mais alta em 40 anos.

Os futuros do ouro de um mês para agosto no Comex de Nova York praticamente não tiveram mudança, fechando em US$ 1.282,10 por onça.

Porém, na semana, o contrato futuro de referência para o ouro fechou em queda de 0,6%, acompanhando o recuo de 1,9% da semana anterior.

"O ouro continua preso num intervalo enquanto os investidores esperam para ver se os últimos dados sobre a inflação irão forçar o Fed a se comprometer com aumentos de juros mais maciços depois da reunião de política monetária de julho", disse Ed Moya, analista na plataforma de negociação online OANDA.

Os mercados, de ações a títulos, passando pelo petróleo, foram castigados pela volatilidade na última quinzena, enquanto os investidores aguardam para ver se o Fed continuará realizando aumentos agressivos dos juros na sua tentativa de abater a inflação.

O ouro é, na teoria, uma proteção contra a inflação, e geralmente realiza ralis quando os investidores ficam preocupados com uma redução no poder de compra do dólar. A melhor prova da posição do ouro como proteção inflacionária foi quando o metal alcançou a máxima histórica acima de US$ 2.100 em agosto de 2020, e novamente acima dos US$ 2.000 entre março e abril deste ano.

Mas a correlação do ouro com a inflação também não tem sido perfeita, já que o seu valor também recuou inúmeras vezes em momentos nos quais os dados da inflação registraram alta.

Embora alguns tenham atribuído esse fato à manipulação de mercado, algo que confunde ainda mais a teoria do hedge inflacionário é o rali conjunto do ouro e do índice do dólar em momentos em que as preocupações com a inflação sustentaram a alta do preço do metal em meio a uma escalada do greenback e dos rendimentos do Tesouro com a expectativa de elevação dos juros do Fed.

Apesar dessas falhas, os analistas estão confiantes de que o ouro continuará a encontrar suporte a US$ 1.800 e além no curto prazo.

"O ouro deve ter um forte suporte ao nível dos US$ 1.800, na medida em que os receios associados à recessão global devem apoiar a forte compra de títulos do Tesouro na ponta longa da curva", afirmou Moya, da OANDA, alertando, no entanto, que "os ralis do metal podem encontrar resistência na área dos US$ 1.840".

Ouro: Perspectiva de Preços

À medida que o intervalo do ouro se torna cada vez mais curto, a pressão para rompimento em um dos lados da tendência está aumentando, disse Dixit, do site skcharting.com.

"Desde que o ouro se sustente acima de US$ 1.815 - US$ 1.820, é provável que haja algum retraçamento positivo em direção aos níveis de US$ 1.830 - US$ 1.835 inicialmente e, mais tarde, em direção ao grupo de resistências entre US$ 1.844 e US$ 1.850", disse Dixit, que utiliza o preço spot do ouro para sua análise gráfica.

A incapacidade de ultrapassar os níveis de US$ 1.830 a US$ 1.835 poderia frear o ímpeto ascendente e forçar o ouro de volta para US$ 1.810 - US$ 1.800 num primeiro momento e, eventualmente, para os US$ 1.790 - US$ 1.780, alertou Dixit.

"A ação de preços ao longo da semana no preço spot do ouro exibiu um movimento de US$ 32, embalado no intervalo da semana anterior e fechando na continuação de um padrão negativo", acrescentou.

Isenção de responsabilidade: Barani Krishnan não detém posições nas commodities e valores mobiliários sobre as quais escreve.

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