SÃO PAULO (Reuters) - As estimativas de safra de soja do Brasil 2023/24 estão sendo superestimadas, não importa se os números são levantados pelo setor privado ou por instituições governamentais, afirmou nesta quarta-feira a associação de produtores Aprosoja Brasil, que manteve sua projeção de aproximadamente 135 milhões de toneladas, possivelmente a mais baixa do mercado.
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Segundo a Aprosoja, a estimativa representaria uma queda de cerca de 20 milhões de toneladas na comparação com o recorde da temporada anterior, se for considerada a previsão da estatal Conab para 2022/23 (154,6 milhões de toneladas).
Para a temporada atual, que está sendo colhida, a Conab projeta queda para 149,4 milhões de toneladas.
Mesmo as consultorias privadas estão divergindo sobre os números. Na última sexta-feira, enquanto a StoneX elevou a previsão de safra de soja do Brasil para 151,5 milhões de toneladas, a consultoria AgResource divulgou análise mais pessimista, apontando 143,92 milhões de toneladas.
Já a associação da indústria, a Abiove, estima a colheita em 153,8 milhões de toneladas.
A Aprosoja disse que os "relatos dos produtores refletem a realidade vivida no campo, que é muito diferente das estimativas atuais de empresas privadas e órgãos oficiais".
"O que os produtores reportaram é que, mesmo nos cultivos que estavam visualmente em boas condições, os grãos não estão se desenvolvendo bem por conta de anomalias existentes, com redução do peso...", afirmou.
A colheita no Brasil atingiu até o momento cerca de 50% da área na média nacional.
"As colheitadeiras estão registrando uma produtividade bem menor do que foi estimada inicialmente", continuou a Aprosoja.
A entidade afirmou que tem feito "movimentações" junto à Frente Parlamentar da Agropecuária (FPA), instituições financeiras e Ministério da Agricultura "para que as soluções para socorrer os produtores estejam acessíveis o mais breve possível".
(Por Roberto Samora)