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Investing.com — Os preços do petróleo bruto subiram no início desta nova semana com notícias de um acordo comercial entre China e EUA, mas ainda estão significativamente mais baixos este ano, com a BCA Research afirmando que a Arábia Saudita está deliberadamente pressionando o petróleo para baixo.
Às 06:30 (horário de Brasília), os futuros do Brent subiram 3% para US$ 65,83 por barril, e os futuros do petróleo bruto West Texas Intermediate dos EUA aumentaram 3,2% para US$ 62,99 por barril.
Ambos os contratos subiram mais de 4% na semana passada devido ao otimismo sobre uma possível desescalada na agenda tarifária do presidente dos EUA, Donald Trump, mas ainda negociam cerca de 12% abaixo do valor do início do ano.
Preocupações sobre a potencial destruição da demanda causada por uma guerra comercial destrutiva pesaram fortemente este ano, mas também pesou a decisão da Organização dos Países Exportadores de Petróleo e aliados, conhecida como Opep+, de aumentar a produção.
A Opep+, liderada pela Arábia Saudita, anunciou recentemente outro grande aumento na produção de petróleo – triplicando seu aumento planejado de junho para 411.000 barris por dia (b/d) pelo segundo mês consecutivo.
"Essas mudanças em seu cronograma de produção encurtam o prazo para o retorno total da parcela de 2,2 milhões de b/d de seus cortes de produção para 14 meses, dos 18 meses inicialmente anunciados em dezembro de 2024", disseram analistas da BCA Research, em nota datada de 12 de maio.
Em circunstâncias normais, a política de produção da Opep visa os preços do petróleo. Ela tenta equilibrar os mercados de petróleo reduzindo a produção durante períodos de fraqueza na demanda.
No entanto, considerações geopolíticas e de participação no mercado de petróleo substituíram temporariamente o preço do petróleo bruto como principal objetivo político da Opep+, disse a BCA, com a Arábia Saudita esperando recuperar parte de sua participação de mercado perdida tanto para produtores da Opep+ quanto para produtores fora da Opep+.
Dito isso, o momento desses aumentos de produção sugere que considerações geopolíticas também estão em jogo, acrescentou a BCA. Especificamente, as relações entre EUA e Arábia Saudita.
O presidente Trump tem sido explícito sobre sua preferência por preços baixos do petróleo, e a Arábia Saudita espera garantir maior cooperação militar, de defesa e nuclear civil.
Ao reduzir parte do suporte aos preços do petróleo antes da visita de Trump esta semana, a Arábia Saudita pode estar esperando demonstrar que está disposta a negociar de boa fé.
Mesmo que a Arábia Saudita tenha iniciado uma guerra de preços, parece determinada a evitar um colapso nos preços como os de 2014/2015 ou 2020.
A questão-chave é se o reino conseguirá controlar efetivamente os preços do petróleo bruto, pois isso pode ser difícil, especialmente se as condições de demanda se deteriorarem.
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