RIAD (Reuters) - O alívio de sanções ao Irã como resultado do acordo nuclear com potências mundiais será um desenvolvimento negativo caso o país use o dinheiro extra para financiar "atividades nefastas", disse o ministro das Relações Exteriores da Arábia Saudita, Adel Al-Jubeir, à Reuters nesta terça-feira.
O chanceler disse em uma entrevista, no primeiro comentário direto saudita sobre o alívio das sanções, que a Arábia Saudita nunca irá negociar "nossa fé e nossa segurança".
Em um nível internacional, o engajamento contínuo dos Estados Unidos é a chave para a manutenção da estabilidade internacional.
A Arábia Saudita sempre acolheu bem em público o acordo nuclear iraniano, em condições de que inclua um regime de inspeções duras e que as sanções possam ser rapidamente restabelecidas caso Teerã viole as regras.
Mas em particular, autoridades mostraram preocupação de que o acordo pudesse permitir um apoio maior a milícias e outros aliados na região por parte do Irã, graças aos fundos extras que o país pode acessar após o alívio das sanções e a pressão diplomática reduzida.
"Depende para onde esses fundos irão. Caso eles sejam destinados a atividades nefastas do regime iraniano, isto será negativo e irá gerar um retrocesso. Caso eles sejam destinados à melhoria dos padrões de vida do povo iraniano, então será algo que será acolhido", disse.
Perguntado se a Arábia Saudita discutiu buscar uma bomba caso o Irã conseguisse uma apesar do acordo sobre seu programa atômico, ele disse: "Não acho que seria lógico esperar que falássemos sobre tal assunto em público e não acho que seria razoável esperar que eu respondesse essa questão de uma maneira ou de outra".
E acrescentou: "Existem duas coisas que não negociamos na Arábia Saudita. Nossa fé e nossa segurança. Faremos qualquer coisa que precisarmos para proteger nosso povo e nossa nação", acrescentou.
(Reportagem de Angus McDowall)