MOSCOU (Reuters) - Três empresas de insumos agrícolas ocidentais suspenderam os embarques de sementes de girassol para a Rússia, informou o jornal Izvestia nesta segunda-feira, citando cartas recebidas por várias empresas russas.
Segundo a reportagem, a alemã Bayer (ETR:BAYGN), o grupo suíço de agroquímicos Syngenta e a empresa de sementes Nuseed suspenderam contratos com alguns clientes russos e revisaram os preços.
"A partir de 1º de fevereiro, estamos descontinuando as faturas existentes de sementes de girassol, suspendendo os embarques, a criação de novas faturas e também o processamento de todos os pedidos recebidos para embarques de sementes híbridas de girassol", disse o Izvestia citando uma carta da Syngenta.
O jornal acrescentou que esta medida foi tomada devido a "restrições à importação de sementes de girassol híbridas de vários países".
A Syngenta se recusou a comentar. Bayer e Nuseed não responderam imediatamente aos pedidos de comentários da Reuters.
O órgão regulador de segurança agrícola da Rússia, Rosselkhoznadzor, disse em um comunicado na semana passada que suspendeu as remessas de sementes da Syngenta Seeds a partir de 1º de fevereiro, citando preocupações sobre a disseminação de phomopsis, uma doença fúngica que afeta os girassóis.
Ele disse que as importações de sementes da Syngenta Espanha e da Syngenta França foram proibidas a partir de 21 de novembro pelo mesmo motivo.
Eduard Zernin, chefe da União Russa de Exportadores de Grãos, disse que a decisão de suspender as importações "foi tomada sobre um lote de sementes de um determinado fornecedor, mas causou uma reação inflada e inapropriada de outras empresas, em nossa opinião".
"A natureza sincronizada das cartas também levanta questões", acrescentou.
O Izvestia informou que o Ministério da Agricultura da Rússia disse que o mercado já estocou o que precisa e não vê nenhum risco para a campanha de semeadura de 2023, mesmo que os fornecedores ocidentais de sementes decidam se retirar completamente da Rússia.
O ministro da Agricultura, Dmitry Patrushev, disse em janeiro que seu ministério não havia abandonado os planos de cotas de importação de sementes. O Izvestia citou o ministério na segunda-feira dizendo que não impede as importações de sementes se elas atenderem a todos os requisitos de segurança do produto.
(Por Olga Popova)