SÃO PAULO (Reuters) - As exportações de suco de laranja do Brasil recuaram 13 por cento entre julho de 2018 e março de 2019 em comparação com igual período da safra anterior, informou nesta quinta-feira a associação de exportadores CitrusBR.
De acordo com nota da associação, foram embarcadas no período 741.042 toneladas do produto concentrado, congelado, equivalente a 66º brix, contra 855.822 toneladas nos nove primeiros meses da temporada passada. O volume gerou receita de 1,3 bilhão de dólares, retração de 12 por cento.
"A tendência de redução tem se mantido em consonância com os fundamentos do mercado", comentou o diretor-executivo da CitrusBR, Ibiapaba Netto.
Principal exportador de suco de laranja do mundo, o Brasil mantém a União Europeia como maior receptor de seu produto, com 478.098 toneladas enviadas ao bloco no período, queda de 7 por cento.
O mais acentuado recuo mencionado pela CitrusBR, entretanto, é o de embarques para os Estados Unidos, que caíram 26 por cento, para 167.831 toneladas.
Com o panorama, a esperança do grupo reside na China, que, de acordo com o diretor-executivo, teve avanço de 200 por cento em seu consumo interno nos últimos 15 anos.
"Temos grandes esperanças que as negociações lideradas pelo Ministério da Agricultura em relação a condições de acesso melhorem nossa competitividade e possamos crescer naquele mercado", afirmou Netto no comunicado.
De julho a março desta temporada, porém, a importação do produto brasileiro pelo país asiático diminuiu 4 por cento em relação a 2017/18, para pouco mais de 25 mil toneladas.
Na divisão por variedades, a CitrusBR reporta redução substancial nas exportações da principal delas, o suco de laranja concentrado congelado (FCOJ), que totalizaram 524.018 toneladas, 19 por cento a menos que em 2017/18, marcando um recuo de 44 por cento somente nas vendas para os EUA.
A queda é levemente compensada por um aumento nas exportações do suco de laranja não-concentrado (NFC), menos comuns, que chegaram a 217.054 toneladas, alta de 6 por cento ante igual intervalo na safra anterior.
"O NFC é um produto mais nobre e que caiu no gosto do consumidor e isso é muito bom", disse Netto.
(Por Gabriel Araujo; Edição de José Roberto Gomes)