Inveting.com - O petróleo disparou 3,6% hoje (16/5) após relatório do banco Goldman Sachs apontar que o mercado virou para um déficit com a paralisação da produção no Canadá e na Nigéria.
A percepção de que o fim da sobreoferta pode estar mais próximo do que o anteriormente previsto, os investidores apostaram na commodity que subiu a US$ 47,98 no intraday nos EUA, batendo na máxima desde outubro de 2015. O Brent rompeu a casa dos US$ 49/b e chegou a ser vendido a US$ 49,47 na máxima do dia.
Segundo o banco, causa do déficit é provocada pela paralisação temporária por questões locais, entre eles o incêndio florestal no Canadá e conflitos políticos na Nigéria, Colômbia e Líbia.
A Nigéria anunciou corte de 800 mil b/d com o ataque às instalações de produção e a oleodutos.
Apesar da reversão da sobreoferta em déficit, o Goldman Sachs permanece pessimista em relação ao preço da commodity, pois acredita que com as altas recentes, produtores podem retomar a extração e provocar nova sobreoferta no início de 2017. A expectativa é de que o barril fique em US$ 45/b de janeiro a março, elevando para US$ 60 no fim do ano.
A pressão da sobreoferta começou há cerca de dois anos e derrubou o preço do petróleo da casa dos US$ 110 para a mínima de US$ 26 em meados de fevereiro.
A redução do preço do barril criou dificuldades para os produtores com custos mais altos para extração, entre eles o do shale oil norte-americano e das areias betuminosas canadenses. Nos EUA, a produção segue em queda constante há nove semanas, de acordo com dados da agência de energia. No último ano, a perda já foi da casa dos 500 mil b/d.
A saída desses produtores do mercado faz parte da estratégia da Opep, especialmente da Arábia Saudita, que, desta vez, decidiu não controlar os preços com corte de produção. Os países do cartel ampliaram a extração, que bateu recorde histórico em janeiro, com o objetivo de manter a participação no mercado e pressionar ainda mais os demais produtores.