Fique por dentro das principais notícias do mercado desta quarta-feira

EdiçãoJulio Alves
Publicado 08.10.2025, 08:07
© Reuters.

Investing.com – Os índices futuros das ações dos EUA registravam leve alta nesta quarta-feira, após o recuo de ontem em Wall Street, enquanto investidores analisavam notícias mistas sobre o setor de inteligência artificial e um ambiente econômico incerto.

A paralisação do governo norte-americano e a falta de dados oficiais reforçaram a busca por segurança, levando o ouro a superar os US$ 4.000 por onça pela primeira vez na história.

A atenção do mercado também se volta para a ata da última reunião do Federal Reserve e para a rodada de captação bilionária da xAI, que teria entre seus investidores a Nvidia.

No Brasil, os investidores estão atentos à questão fiscal e à dificuldade do governo em aprovar uma medida provisória para compensar perdas de arrecadação prevista na proposta inicial de aumento do imposto sobre operações financeiras (IOF).

1. Futuros dos EUA operam próximos da estabilidade

Os contratos futuros das bolsas americanas operavam ligeiramente positivos nas primeiras horas do dia, refletindo cautela diante das incertezas macroeconômicas e do debate sobre a real sustentabilidade do avanço da inteligência artificial.

Às 7 h de Brasília, os futuros do S&P 500 subiam 0,1%, os do Nasdaq 100 avançavam 0,2% e os do Dow Jones Industrial Average ganhavam 0,1%.

Na sessão anterior, o Nasdaq Composite cedeu 0,7%, pressionado pela queda de ações de tecnologia, enquanto o S&P 500 recuou 0,4% e o Dow Jones, 0,2%. O movimento foi amplificado pelo desempenho fraco da Oracle, que vinha sendo uma das apostas em inteligência artificial, após reportagem do The Information apontar margens mais estreitas em seu segmento de nuvem do que o mercado estimava.

Ainda assim, o entusiasmo com o setor de IA segue atuando como principal pilar do otimismo nos mercados. A AMD avançou pelo segundo dia após anunciar parceria com a OpenAI; a IBM ganhou força com um acordo com a Anthropic; e a Dell valorizou-se ao revisar para cima sua projeção de longo prazo.

Com o “shutdown” em Washington interrompendo a divulgação de indicadores-chave, investidores recorrem a pesquisas regionais e dados privados para medir o pulso da economia americana. Uma sondagem do Federal Reserve de Nova York indicou deterioração nas expectativas empresariais e projeções mais altas de inflação, o que limitou o apetite por risco.

2. Ouro rompe recorde histórico acima de US$ 4.000

O ouro ultrapassou a marca de US$ 4.000 por onça pela primeira vez, impulsionado pela aversão ao risco e pela demanda de investidores e bancos centrais em meio a um cenário global de instabilidade política e incerteza econômica.

O metal acumula alta superior a 50% no ano e caminha para o melhor desempenho desde 1979. O fechamento parcial do governo americano, a queda de rendimento dos Treasuries e o enfraquecimento do dólar, resultado das apostas em novos cortes de juros pelo Fed e da preocupação com o quadro fiscal dos EUA, reforçaram o movimento de valorização.

O iene japonês, tradicional porto seguro, perdeu força após a vitória de uma liderança mais dovish no Partido Liberal Democrático, enquanto a crise política na França acrescentou mais um fator de incerteza global, fortalecendo o apelo do ouro.

Segundo o ING, fundos negociados em bolsa continuam ampliando suas posições no metal, acompanhando a expectativa de uma política monetária mais branda. O Banco Popular da China, por sua vez, manteve a sequência de compras pelo 11º mês seguido, mesmo diante das cotações recordes.

3. Ata do Fed será o foco do dia

O mercado aguarda a divulgação da ata da reunião de setembro do Federal Reserve, documento que poderá oferecer sinais mais claros sobre o ritmo dos próximos cortes de juros.

Na ocasião, o banco central reduziu a taxa básica em 0,25 ponto percentual, retomando o ciclo de afrouxamento monetário interrompido desde dezembro. Os dirigentes indicaram a possibilidade de novas reduções nas reuniões de outubro e dezembro, priorizando a sustentação do mercado de trabalho diante da moderação da inflação.

Analistas da Vital Knowledge afirmam que a ata deve refletir um viés “ligeiramente mais dovish”, em linha com a fala recente do presidente Jerome Powell, mas também revelará divergências internas sobre o ritmo das futuras reduções, entre aqueles que defendem uma flexibilização mais agressiva e os que preferem cautela diante da resiliência do emprego e da inflação.

Discursos de dirigentes regionais do Fed estão programados para o dia, mas a ausência de novos dados econômicos tende a limitar o impacto de suas declarações sobre as expectativas de política monetária.

4. Nvidia investe na rodada bilionária da xAI

A startup de inteligência artificial xAI, fundada por Elon Musk, elevou para US$ 20 bilhões o valor de sua rodada de captação, segundo a Bloomberg News. O grupo de investidores inclui a Nvidia, que deve aportar até US$ 2 bilhões para financiar a aquisição de chips destinados ao novo data center Colossus 2, em Memphis.

O aporte reforça a estratégia da Nvidia de sustentar a expansão do ecossistema de IA, após comprometer cerca de US$ 100 bilhões em investimentos junto à OpenAI na semana passada. Parte do mercado, contudo, demonstra preocupação com a natureza circular dessas transações, que podem inflar artificialmente o entusiasmo em torno do setor.

Estimada em US$ 200 bilhões, a xAI se posiciona como uma das startups mais valiosas do mundo, atrás apenas da OpenAI, consolidando o domínio americano na corrida global por tecnologias de inteligência artificial.

5. Votação da MP do IOF adiada

Diante do risco de derrota, o governo decidiu adiar para esta quarta a votação da medida provisória (MP) que busca compensar as perdas de arrecadação prevista na proposta inicial de elevação do IOF.

A MP, aprovada por apenas um voto na comissão especial, após intensas negociações lideradas pelo ministro da Fazenda, Fernando Haddad, prevê arrecadação adicional de cerca de R$ 30 bilhões até 2026 e precisa ser votada com urgência pela Câmara e pelo Senado para não perder validade.

Mesmo se aprovada, a proposta chega ao plenário desidratada e deve resultar em perda de receita no ano que vem, obrigando o Ministério da Fazenda a buscar novas fontes de arrecadação.

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