A Cemig (BVMF:CMIG4) está prestes a atingir a marca de 12 milhões de Certificados de Energia Renovável (RECs) emitidos para seus clientes no mercado livre de energia, desde 2019. O volume reflete o esforço da companhia por ampliar a comercialização desses certificados - I-RECs e Cemig-REC - diante da demanda crescente das empresas por comprovar a utilização de energia limpa e renovável, como parte dos compromissos assumidos com as melhores práticas ambientais, sociais e de governança corporativa (ESG, na sigla em inglês).
Somente os créditos referente a 2022, comercializados entre o ano passado e o primeiro semestre deste ano, somaram cerca de 3,5 milhões de unidades. Cada crédito corresponde a 1 megawatt-hora (MWh) e é atrelado à geração de energia das principais usinas hidrelétricas operadas pela Cemig e dos parques eólicos Volta do Rio e Parajuru, no Ceará.
"Os certificados atendem a padrões internacionais e garantem que a energia da companhia é renovável, por meio de controles próprios e de metodologia proposta por consultoria especializada. Com esse certificado, as empresas podem garantir que a energia que consomem é proveniente de fontes renováveis", explica o diretor de Comercialização da Cemig, Dimas Costa.
Segundo ele, os selos atendem aos requisitos do Escopo 2 do Protocolo de Gases de Efeito Estufa (GHG Protocol) - protocolo internacional para mensuração das emissões - bem como da ISO 14.064, que é a norma internacional de verificação dos inventários de gases de efeitos estufa.
Entre os clientes que adquiriram certificado referente a 2022 está a Petrobras (BVMF:PETR4), que assumiu o objetivo de neutralizar as emissões do chamado Escopo 2 - para as emissões associadas ao consumo de energia obtida de supridores externos. A prática foi incorporada pela companhia a partir de 2022 e continuará a ser adotada em caráter permanente.
De acordo com o gerente de Relacionamento com Clientes de Grande Porte da Cemig, Leopoldo Sette, o interesse crescente das grandes empresas por I-RECs e Cemig-RECs reflete não só a preocupação em neutralizar as emissões de Escopo 2, como o amadurecimento do mercado em relação a esses títulos.
Enquanto os certificados internacionais passaram a ser mais conhecidos pelo mercado brasileiro a partir de 2019, a estatal mineira desenvolveu sua própria certificação a partir de 2020.
"No início o mercado tinha certa desconfiança, mas depois entendeu que o certificado (da Cemig) serve para GHG Protocol e recentemente contratamos uma auditoria (Bureau Veritas) para auditar o nosso certificado, dando mais confiança ao mercado", disse Sette.
Segundo ele, embora empresas multinacionais tenham preferência pelo I-REC, por ser mais conhecido e fazer parte de uma plataforma internacional, muitas empresas nacionais têm optado pelo Cemig-REC por ter um custo cerca de 60% mais baixo. Com isso, nas emissões referentes a 2022, 58% dos certificados foram emitidos pela própria empresa.
Novos contratos
Para além da comercialização isolada dos certificados de energia, de forma a atender à demanda relacionada ao atendimento, pelos clientes, dos compromissos ambientais assumidos publicamente, a Cemig também tem avançado na emissão desses títulos por meio da venda coordenada de energia com Cemig-RECs no mercado livre.
Este é o caso, por exemplo, do contrato acertado com a Arena MRV (BVMF:MRVE3), que fechou, no último mês, a compra de energia para os próximos cinco anos e meio. Desta forma, o estádio receberá o certificado Cemig-REC assim que o contrato for ativado, o que deve acontecer logo após a inauguração da Arena. O volume de energia vendida não foi informado por causa de cláusulas de confidencialidade.
"A maioria dos clientes que buscam por contratação ou renovação contratual conosco, querem contratos com certificação em conjunto", comentou Sette.
Ainda de acordo com o gerente, no segmento de comercialização varejista (com foco em consumidores livres de carga menor), o produto padrão ofertado já inclui o certificado de energia renovável da Cemig. "É um beneficio que oferecemos na largada, sem esperar o cliente procurar pelo certificado", comentou.