Chinesa Cofco compra canola australiana após disputa comercial com Canadá, dizem fontes

Publicado 19.09.2025, 12:06
Atualizado 19.09.2025, 12:07
© Reuters.

Por Naveen Thukral e Ella Cao e Peter Hobson

CINGAPURA/PEQUIM/CANBERRA (Reuters) - A empresa estatal chinesa Cofco comprou até nove cargas de 60.000 toneladas métricas de canola australiana, disseram três fontes comerciais à Reuters, depois que Pequim impôs, no mês passado, tarifas antidumping preliminares sobre as importações da semente oleaginosa do tradicional fornecedor Canadá.

As compras somam cerca de 540 mil toneladas, o equivalente a cerca de 8% do total de importações de canola da China no ano passado.

Pequim está conduzindo uma investigação antidumping sobre a canola canadense e, em agosto, impôs tarifas preliminares de 75,8%, paralisando praticamente os embarques em meio a uma disputa diplomática e comercial maior entre as duas nações.

O Canadá foi o principal fornecedor da China nos últimos anos, e os carregamentos demonstram que a China pode encontrar fontes alternativas da semente oleaginosa enquanto as negociações comerciais entre Ottawa e Pequim se arrastam. No entanto, a Austrália é um produtor menor que o Canadá e pode ter dificuldades para igualar os volumes canadenses.

Todas as remessas estão programadas para serem carregadas entre novembro e janeiro, disse um corretor de produtos agrícolas baseado na Austrália com conhecimento direto dos negócios. As nove cargas incluem uma que foi relatada pela Reuters no mês passado.

"Foi uma operação de compra típica de uma empresa chinesa", disse o corretor baseado na Austrália. "Eles simplesmente entraram discretamente e compraram nove cargas de várias grandes empresas comerciais da Austrália."

A Cofco não respondeu imediatamente a um pedido de comentário.

A Austrália havia sido excluída do mercado chinês por regras de biossegurança para evitar a disseminação de uma doença fúngica em plantas desde 2020, mas a Reuters informou em julho que Canberra estava perto de um acordo com Pequim que permitiria cinco cargas experimentais.

A canola é esmagada para produzir óleo de cozinha e outros produtos. O farelo também obtido no processo de esmagamento é usada como ração animal.

A China é o maior importador de canola do mundo, recebendo 6,4 milhões de toneladas no valor de US$3,4 bilhões no ano passado, quase todas provenientes do Canadá, de acordo com dados da alfândega chinesa.

O Canadá é o maior exportador de canola do mundo e a Austrália é o segundo maior.

No início deste mês, a China prorrogou sua investigação sobre as importações de canola canadense até 9 de março de 2026, ganhando mais seis meses para negociações. Uma decisão final poderá manter a alíquota do imposto, alterá-la ou removê-la.

(Reportagem de Naveen Thukral em Cingapura, Ella Cao em Pequim e Peter Hobson em Canberra)

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