Por José Roberto Gomes
SÃO PAULO (Reuters) - A Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) cortou sua projeção para a safra de café do Brasil em 2017 e estima agora uma queda de 12,8 por cento ante 2016, em razão da perspectiva de menor colheita de arábica, cujo ciclo é de bienalidade negativa.
Em seu terceiro levantamento sobre a cultura, a Conab prevê que o país produzirá neste ano 44,77 milhões de sacas de café arábica e conilon (robusta), contra 51,37 milhões no ano passado e 45,6 milhões na estimativa de maio.
Tal redução reflete, principalmente, a menor safra de arábica, que deve totalizar 34,07 milhões de sacas, aquém das 35,4 milhões consideradas em maio e 21,5 por cento inferior na comparação com as 43,38 milhões de 2016.
Procurada pela Reuters, a Conab não comentou imediatamente os fundamentos por trás dessa revisão.
Em seu levantamento, porém, a estatal destacou que "em Minas Gerais, maior Estado produtor dessa espécie, o resultado...sinaliza uma redução da produção cafeeira...na ordem de 21 por cento, pautada, principalmente, na bienalidade negativa das maiores regiões produtoras...A produção deve totalizar 24,04 milhões de sacas".
Em contrapartida, a safra de conilon deve se recuperar da seca do ano passado em áreas produtoras do Espírito Santo e alcançar 10,7 milhões de sacas, frente a 10,1 milhões de sacas projetadas em maio e 7,98 milhões de sacas um ano atrás.
O levantamento da Conab foi realizado em agosto-- antes, portanto, da forte estiagem deste mês, que fez o setor ver diminuídas as chances de uma "supersafra" em 2018.
ÁREA
A Conab estima que área total com café neste ano fique em 2,2 milhões de hectares, praticamente estável ante a área de 2016.
A maior parte é formada por lavouras de arábica, com 1,78 milhão de hectares. O robusta ocupa 426,9 mil hectares.