SÃO PAULO (Reuters) - O consumo de fertilizantes no Brasil deve cair 7,2% em 2022 ante o recorde de 2021, para 42,6 milhões de toneladas, com menor demanda de produtores em meio a preços elevados dos insumos neste ano, estimou nesta quarta-feira a consultoria StoneX.
Em apresentação, o analista Luigi Bezzon disse que os cortes mais expressivos nas entregas de adubos aos produtores neste ano devem ocorrer no Sul (-11%) e Centro-Oeste (-8%), Estados que cultivam mais soja e milho, culturas nas quais a redução na aplicação tem menor impacto na produtividade do que se ocorresse para café e cana.
Dessa forma, o consumo de fertilizantes no Sudeste --onde se planta mais cana e café no país-- deverá cair menos este ano (-6%) ante outras regiões, na avaliação da StoneX.
O analista lembrou que a menor demanda por fertilizantes, diante dos preços altos em meio aos impactos da guerra na Ucrânia, não foi registrada apenas no Brasil, mas também em outros países, o que deve se refletir nas cotações.
Para 2023, contudo, espera-se uma recuperação na demanda para compensar a menor aplicação neste ano, disse o analista.
No caso dos grãos, as safras contaram com reservas no solo em 2022, nutrientes esses que devem ficar mais escassos nos campos no próximo ano.
(Por Roberto Samora)