Por Roberto Samora
SÃO PAULO (Reuters) - Os cooperados da Cooxupé, maior cooperativa de produtores de café do Brasil, iniciaram colheita mais cedo neste ano devido a uma antecipação da maturação pelo clima quente, disse nesta sexta-feira o presidente da instituição, Carlos Paulino da Costa, antes da abertura do Coffee Summit, em São Paulo.
Segundo ele, os cooperados haviam colhido, até o dia 3 de junho, 11,4 por cento do total de 4,28 milhões de sacas de café que a cooperativa espera receber de seus associados neste ano. No mesmo período do ano passado, o total colhido era de 9,9 por cento.
"A antecipação se deve ao calor, que ativa o metabolismo da planta", disse Costa a jornalistas.
Segundo o presidente da Cooxupé, as previsões de frio não indicam geadas que poderiam vir a atingir as áreas da cooperativa, que atua no Sul de Minas, Cerrado mineiro e São Paulo.
Ele disse ainda que o produtor de maneira geral tem conseguido colher em meio a algumas chuvas, porque tem havido períodos de sol.
Parte da colheita já realizada, que começou no início de maio, ainda não entrou na cooperativa, acrescentou Costa, que acredita que o total projetado para ser recebido dos cooperados deve se confirmar em 2017.
Ele ponderou, no entanto, que alguma alteração poderia vir do rendimento da produção após o beneficiamento do café. "As condições climáticas podem influenciar o rendimento", disse ele, referindo-se ao tamanho do grão.
Costa afirmou ainda que o café que já entrou na cooperativa indica boa qualidade: "A bebida está boa", afirmou.
O cafeicultor lamentou que os preços já estejam sendo pressionados por expectativa de uma grande safra no ano que vem, quando o Brasil terá o seu ano de alta do ciclo bianual do café arábica.
"Estão achando que virá uma super safra", disse ele, comentando as impressões de alguns integrantes do mercado sobre uma safra que ainda dependerá das condições climáticas.
(Por Roberto Samora; edição de Luciano Costa e Marta Nogueira)