RIO DE JANEIRO (Reuters) - O faturamento da indústria eletroeletrônica deve ter queda real, descontada a inflação, de 3 por cento em 2014, segundo expectativa divulgada nesta quinta-feira pela associação que representa o setor, Abinee.
Desconsiderando a inflação do ano, o faturamento da indústria eletroeletrônica deve subir 2 por cento este ano, para 159,4 bilhões de reais, informou a entidade.
O motivo do baixo crescimento, segundo a associação, foi a queda do mercado interno e das exportações. "Fugiram à regra as vendas de smartphones e aparelhos de imagem e som (decorrentes da Copa do Mundo), e os tablets, cujas vendas compensaram em parte o baixo nível de negócios dos desktops e notebooks", disse a associação em comunicado.
Segundo o presidente a associação, Humberto Barbato, o ano foi de nível de atividade ruim e de dificuldades para os diferentes segmentos. "O resultado da produção industrial –queda de 2,6 por cento até o mês de outubro– também reforça o mau desempenho do setor", declarou a associação.
Para Barbato, embora o governo federal tenha adotado medidas como desoneração da folha de pagamento e prorrogação da Lei de Informática e Lei do Bem, as empresas "continuam sofrendo" com a variação do câmbio.
O baixo nível de atividade do setor eletroeletrônico refletiu diretamente nos dados da balança comercial, disse a Abinee. Em 2014, o déficit do setor deverá atingir 35,2 bilhões de dólares, 3 por cento abaixo do déficit do ano passado.
As exportações deverão cair para 6,7 bilhões de dólares, queda de 9 por cento frente a 2013, enquanto as importações devem mostrar baixa de 4 por cento, passando a 41,9 bilhões de dólares.
Para 2015, dada a perspectiva de ajustes na economia do país, não são esperadas medidas expansionistas para a atividade produtiva, disse a Abinee.
"Desta forma, o setor não projeta aumentos significativos nos negócios. O faturamento da indústria eletroeletrônica deverá apresentar crescimento nominal de cerca de 2 por cento em relação a 2014", disse a associação em comunicado à imprensa
(Por Luciana Bruno)