Por Ernest Scheyder
WASHINGTON (Reuters) - A produção de gás natural nos campos de "shale" dos Estados Unidos pode continuar a crescer por décadas, dando a Washington uma poderosa ferramenta diplomática para contornar a influência geopolítica de outros grandes exportadores de energia como a Rússia, disseram executivos da indústria e agentes governamentais em uma conferência.
Os EUA, que já são o maior produtor de gás do mundo, podem expandir a produção de "shale" outros 60 por cento nas próximas décadas, de acordo com pelo menos uma estimativa. Até o momento, o gás natural liquefeito (GNL) foi poupado de tarifas de retaliação na intensificação dos conflitos comerciais do presidente Donald Trump com a China e outros países.
"Nós vemos um século de oferta de gás natural no 'shale' norte-americano", disse Ryan Lance, chefe-executivo da produtora de "shale" ConocoPhillips (NYSE:COP), nesta semana na conferência trienal World Gas, em Washington. "A abundância do 'shale' é real e não vai a lugar algum."
Os EUA produzem atualmente cerca de 72 bilhões de pés cúbicos (bpc) de gás natural todo dia, um volume que deve crescer em 7 bpc por dia este ano. Dentro de 20 anos, a produção de gás de "shale" dos EUA deve aumentar mais 60 por cento, de acordo com um estudo da IHS Markit.
Enquanto as tarifas de Trump sobre a China, Europa, México, Canadá e outros lançou uma mortalha de curto-prazo nas ambições norte-americanas para energia, a administração disse repetidamente que está ansiosa para expandir a oferta de combustível fóssil para aliados globais através de acordos de fornecimento e compartilhamento de tecnologia.
Trump também está revertendo regulações domésticas para encorajar mais produção de petróleo e gás.
(Por Ernest Scheyder; Reportagem adicional por Julie Gordon, Tim Gardner e Scott DiSavino)