Por José Roberto Gomes
SÃO PAULO (Reuters) - As exportações de café verde do Brasil iniciaram o ano em queda, dando sequência aos embarques mais fracos registrados desde o ano passado, cenário este que só deve se alterar com a entrada da nova safra, disse o Conselho dos Exportadores de Café do país (Cecafé) nesta sexta-feira.
Em janeiro, foram exportadas 2,327 milhões de sacas de café verde, queda de 5,1 por cento na comparação anual. Do total, 2,316 milhões de sacas eram de arábica (recuo de 4,6 por cento) e 11,32 mil sacas de robusta (diminuição de 49,3 por cento).
Houve queda também nas vendas de cafés industrializados. As exportações de solúvel caíram 16,3 por cento, para 160,76 mil sacas, enquanto as de torrado & moído recuaram 47,3 por cento, para 1,65 mil sacas, destacou o Cecafé.
A receita cambial com as exportações de café somou 400,92 milhões de dólares em janeiro, ante 465,68 milhões em igual mês de 2017.
"O resultado deste começo de ano já era esperado e segue de forma geral sem grande alteração para o mercado de exportação de café. Acreditamos que o ritmo seguirá mais lento até a entrada da nova safra, que trará uma expectativa melhor", comentou em nota o presidente do Cecafé, Nelson Carvalhaes.
Maior produtor e exportador mundial de café, o Brasil deve colher uma safra recorde neste ano, dado o ciclo de bienalidade positiva para o arábica. Conforme a Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), a produção pode superar 58 milhões de sacas.
"Além disso, o volume de chuva tem sido alto, o que favorece a produção. Se o fator climático permanecer desta forma, será muito positivo", acrescentou Carvalhaes.
Apesar desse cenário positivo para a temporada deste ano, o Brasil vem perdendo espaço no mercado mundial de café em razão de estoques locais enxutos e competição internacional mais acirrada.
Uma colheita menor no ano passado e produtores à espera de cotações mais atrativas também têm limitado as vendas externas.
Em 2017, o Brasil exportou 27,31 milhões de sacas de café, queda de 10 por cento ante 2016.