SÃO PAULO (Reuters) - A Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA) afirmou nesta sexta-feira que falhas da indústria de carnes investigadas pela Polícia Federal na "Operação Carne Fraca", se comprovadas, seriam "exceções em um modelo produtivo que é referência para o mundo".
A PF deflagrou nesta sexta-feira uma operação para desbaratar um suposto esquema de propina envolvendo empresas do agronegócio e fiscais agropecuários do Ministério da Agricultura, que receberiam dinheiro para liberar as mercadorias sem fiscalização.
A operação da PF tem ainda como foco a investigação de corrupção e problemas de saúde pública gerados por uma fiscalização tida como falha.
Segundo a ABPA, associação que representa a indústria de carne de aves e suína, "o Brasil é reconhecido internacionalmente pela qualidade e status sanitário de seus produtos, que são auditados não apenas pelos órgãos brasileiros como também por técnicos sanitários dos mais de 160 países para os quais exporta".
O Brasil é o maior exportador de carne de frango e um dos maiores exportadores de carnes bovina e suína. As ações de companhias como JBS (SA:JBSS3) e BRF (SA:BRFS3), citadas na operação, operavam em queda acentuada nesta sexta-feira.
JBS e BRF estão entre os associados da ABPA.
A associação afirmou ainda que legislações internas e internacionais --estabelecidas por órgãos como o Codex Alimentarius -- "norteiam o trabalho de excelência desenvolvido pelas agroindústrias brasileiras".
"Neste sentido, falhas que eventualmente venham a ser comprovadas são exceções em um modelo produtivo que é referência para o mundo. São questões pontuais, que não refletem todo o trabalho desenvolvido pelas empresas brasileiras durante décadas de pesquisas e investimentos, para ofertar produtos de alta qualidade", afirmou a associação.
A associação disse ainda que "todos os problemas detectados serão rapidamente corrigidos pelo setor, intensificando ainda mais os cuidados que já são tomados em prol da qualidade dos produtos".
(Por Roberto Samora)