SÃO PAULO (Reuters) - O governo decidiu reduzir o tamanho de um leilão de concessões para novos projetos de transmissão de energia previsto para dezembro, que deverá agora envolver empreendimentos que demandarão cerca de 6,1 bilhões de reais em investimentos, informou o Ministério de Minas e Energia nesta sexta-feira.
O certame, que oferecerá contratos de 30 anos para investidores que assumam a construção e operação das linhas, estava antes programado para ter 10,4 bilhões de reais em projetos.
A mudança na programação decorre de impactos da pandemia de coronavírus sobre o planejamento do setor, dada a redução na demanda por energia associada ao menor crescimento econômico gerado pela crise causada pela doença e às medidas de isolamento adotadas para reduzir sua disseminação.
O ministério disse que atuou em conjunto com a estatal Empresa de Pesquisa Energética (EPE) e o Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS) para rever a licitação.
"Como resultado dessa análise integrada, estima-se que cerca de 4,3 bilhões de reais em investimento no sistema de transmissão, inicialmente indicados para licitação no ano corrente, sejam postergados para comporem certames futuros, previstos para 2021 e 2022", explicou a pasta.
Com isso, o leilão de dezembro deverá envolver apenas seis lotes de projetos, compreendendo linhas e subestações a serem instaladas nos Estados de Rio Grande do Sul, Ceará, Mato Grosso do Sul, Amazonas, Goiás e São Paulo.
No final do ano passado, quando o coronavírus e suas consequências não estavam no radar, a Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) chegou a projetar a realização de dois leilões de novos projetos de transmissão em 2020, envolvendo empreendimentos que demandariam cerca de 11 bilhões de reais.
No final de março, porém, com a pandemia chegando ao Brasil, o governo decidiu adiar todos leilões de energia do ano.
Em meados de maio, o governo autorizou a Aneel a preparar um certame para realização em dezembro, com previsão de licitação de 15 projetos, em volume agora cortado praticamente pela metade.
Os leilões de transmissão do Brasil têm atraído grande interesse de diversas elétricas que incluem a indiana Sterlite, a chinesa State Grid, a espanhola Iberdrola (MC:IBE), por meio da controlada Neoenergia (SA:NEOE3), e a colombiana Isa, que possui participação nas transmissoras Cteep e Taesa (SA:TAEE11).
(Por Luciano Costa)