BUENOS AIRES (Reuters) - Associações agrícolas argentinas se reuniram com o novo governo nesta quinta-feira para analisar os aumentos de impostos planejados que afetariam as exportações de milho e trigo, anunciaram vários grupos agrícolas, com a maioria acrescentando que a medida prejudicaria os produtores locais.
A Confederações Rurais Argentinas (CRA), uma das quatro maiores associações agrícolas do país, disse no X, anteriormente no Twitter, que se reuniram com o governo, mas "rejeitaram categoricamente" um plano que elevaria os impostos para 15%. As exportações de trigo e milho são atualmente taxadas em 12%. A soja já é taxada em 33%.
"Expressamos claramente nossa rejeição aos impostos, uma vez que, entre outros aspectos negativos, eles significam um golpe mortal para as economias regionais", disse a CRA.
"No entanto, honrando o consenso como uma ferramenta de construção democrática, participaremos dos grupos de diálogo técnico e político que analisarão as medidas."
O novo governo do presidente libertário da Argentina, Javier Milei, está procurando aumentar os impostos de exportação para 15% sobre alguns grãos, informou a Reuters na quarta-feira, enquanto busca recursos para ajudar a sair da pior crise econômica do país em duas décadas.
O país é um dos principais exportadores de óleo de soja e farelo de soja, o terceiro maior exportador de milho e um importante produtor de trigo. O governo está lutando para repor as reservas internacionais que os analistas estimam hoje um déficit de 10 bilhões de dólares.
A CONINAGRO, outra importante associação agrícola local, disse em um post no X que havia se reunido com o governo para analisar as medidas, compartilhando uma citação dizendo que os aumentos de impostos prejudicariam gravemente os produtores e acrescentando que havia dado feedback sobre as medidas.
(Reportagem de Adam Jourdan)