Grupos agrícolas cobram ação da Casa Branca antes de possível greve em portos

Publicado 27.09.2024, 12:07
Atualizado 27.09.2024, 12:14
© Reuters. Trecho do rio Mississippi em Illinois, nos EUAn02/11/2022nREUTERS/Evelyn Hockstein

Por P.J. Huffstutter e David Shepardson

CHICAGO/WASHINGTON (Reuters) - Cerca de 200 organizações agrícolas pediram à Casa Branca na manhã desta sexta-feira que aborde os principais problemas da cadeia de suprimentos agrícolas dos EUA, diante de uma possível greve portuária nas costas leste e do Golfo, que pode começar na próxima terça-feira.

Os grupos disseram que o setor está enfrentando "interrupções iminentes e severas no transporte" devido a uma possível paralisação do trabalho, linhas ferroviárias obstruídas e níveis historicamente baixos dos rios, que atrasam os embarques de barcaças de grãos e afetam o comércio com o México, de acordo com uma carta analisada pela Reuters.

Os grupos pediram que o governo federal instruísse o Corpo de Engenheiros do Exército dos EUA a dragar a parte inferior do rio Mississippi, para manter canais com 3,6 metros de profundidade, e a intervir para reabrir o movimento de grãos por ferrovia dos EUA para o México.

Eles também pediram ao Departamento de Transportes que considerasse a possibilidade de emitir uma isenção de horas de serviço de emergência para motoristas de caminhões nos portos da Costa Leste e do Golfo.

A carta, de uma ampla seção transversal da cadeia de suprimentos agrícolas e de alimentos do país, afirma que essas interrupções já estão ocorrendo antes de uma possível greve em 1º de outubro nos portos, que movimentam cerca de metade do comércio marítimo do país, incluindo produtos básicos de consumo, como café, carne e ovos.

Na quinta-feira, os empregadores que negociam um contrato de trabalho nos portos da Costa Leste e do Golfo dos EUA apresentaram uma queixa de prática trabalhista injusta contra o sindicato, dizendo que esses líderes se recusam a retomar as negociações antes da ameaça de greve.

A Aliança Marítima dos Estados Unidos (USMX, na sigla em inglês) disse que apresentou a queixa ao Conselho Nacional de Relações Trabalhistas devido à repetida recusa da Associação Internacional de Estivadores (ILA, na sigla em inglês) em voltar à mesa de negociações.

O contrato principal de seis anos entre a USMX e a ILA expira na segunda-feira, e os dois lados parecem estar em um impasse sobre questões salariais.

A mensagem de sexta-feira ressalta a crescente preocupação do setor agrícola do país. Os fazendeiros dos EUA estão começando a colher o que se espera ser uma safra recorde de soja e uma grande safra de milho, em um momento em que os suprimentos globais já estão robustos e os preços estão oscilando perto dos patamares mínimos em quatro anos.

A carta também chega apenas dois dias depois de algumas das mesmas organizações pedirem ao governo Biden que tomasse medidas para evitar a possível greve trabalhista, com o objetivo de evitar danos à agricultura e à economia dos EUA.

"Essas interrupções terão um efeito cascata em todos os Estados Unidos", a menos que o governo tome providências, diz a carta. A Casa Branca não se pronunciou em um primeiro momento.

Enquanto isso, as condições de pouca água nos rios do interior fizeram com que as barcaças encalhassem em um trecho importante do baixo rio Mississippi. As barcaças foram obrigadas a transportar cargas mais leves, exatamente no momento em que começa a temporada de exportação de grãos mais movimentada dos EUA.

(Reportagem de P.J. Huffstutter e David Shepardson)

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