RIO DE JANEIRO (Reuters) - As importações de diesel pelo Brasil totalizaram 11,72 bilhões de litros de janeiro a outubro, queda de 15,7% em relação ao mesmo período do ano passado, por conta de um aumento na produção nacional e também maior mistura de biodiesel no combustível fóssil, avaliou a consultoria StoneX.
Segundo o analista de mercado da StoneX Bruno Cordeiro, neste ano ocorreu um aumento da produção de diesel A pelas refinarias brasileiras de 3,4% no comparativo anual e também uma maior mistura do biodiesel no diesel B, que passou de 10% em 2022 para 12%, a partir de abril deste ano, reduzindo assim a necessidade de internalização do diesel A (puro) no país.
Esse aumento de produção vem sendo puxado pela Petrobras (BVMF:PETR4), que registrou recordes de vendas e volumes produzidos de diesel S-10, o mais comercializado no país, no terceiro trimestre.
Cordeiro acrescentou que a redução das importações do combustível no Brasil também não reflete uma queda do consumo do diesel B -- que entre janeiro e setembro acumula alta de 3,3% frente a 2022, totalizando 48,89 bilhões de litros, conforme dados da reguladora ANP.
As importações de diesel pelo Brasil em outubro totalizaram 1,23 bilhão de litros, marcando um aumento de 6,9% frente ao observado em setembro, mas uma queda de 16,5% em relação ao mesmo período do ano passado, apontou a StoneX, com base em dados da Secretaria de Comércio Exterior (Secex).
Conforme o analista, outro fator de destaque foi a queda da participação do diesel russo nas importações brasileiras no mês passado.
Em outubro, a Rússia passou a representar 42,1% do combustível internalizado pelo Brasil, ao passo que, em agosto, essa fatia era de 74,6%.
Os EUA, por outro lado, avançaram de 14,8% para 41,9% no período, recuperando parcela significativa do mercado brasileiro.
Entre agosto e outubro, as importações do diesel fornecido pela Rússia registraram queda acumulada de 47,6%, indo de 992 milhões de litros para 519 milhões de litros, em meio ao período de bloqueio temporário das exportações de combustíveis determinado pelo governo russo, e mais recentemente, paradas para manutenção programada de algumas refinarias no país, apontou a StoneX.
No acumulado de 2023, no entanto, a Rússia ainda responde por 44,6% das vendas ao Brasil, com EUA (28,1%) e Emirados Árabes Unidos (11,3%) compondo a segunda e terceira posição.
(Por Marta Nogueira; texto de Roberto Samora)