Investing.com – Com a decepção de dados econômicos chineses, incluindo desaceleração dos investimentos em infraestrutura e contração no setor imobiliário, as notícias negativas continuam a afetar as perspectivas para os metais industriais. Apesar da alta nas cotações diante dos cortes nas taxas de juros da China, medida adotada para apoiar a economia, que pode ter crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) aquém do projetado para o ano, a tese de retomada pode ter perdido o fôlego.
A medida não deve surtir o efeito desejado, no entendimento do Julius Baer. “Não acreditamos que isso seja suficiente para reanimar o mercado imobiliário ou dar um grande impulso aos investimentos em infraestrutura. Nossas opiniões sobre metais industriais permanecem inalteradas: somos cautelosos com o minério de ferro, neutros com o alumínio e construtivos com o cobre”, destaca o banco suíço, em nota enviada aos clientes e ao mercado nesta terça.
“Crucialmente para metais industriais, a população da China está diminuindo e a urbanização está diminuindo, o que significa que menos apartamentos serão necessários no futuro”, completa Carsten Menke, chefe de pesquisa de próxima geração do Julius Baer, ao acrescentar como motivos restrições financeiras do lado do consumidor.
O Julius Baer considera o minério de ferro como metal industrial “menos preferido devido à sua grande exposição aos segmentos imobiliário e de infraestrutura da China”, enquanto o cobre é o favorito, podendo se beneficiar do forte crescimento da demanda relacionada à transição de energia e de uma desaceleração no crescimento da oferta de minas.
China corta taxas de juros
O mercado não esperava o corte de 15 bps nos empréstimos de longo prazo, para 2,5%, com expectativa de que o PBoC esperasse até setembro. Na visão do ING, que considera os dados de atividade “extremamente pobres”, os cortes sugerem preocupação das autoridades com os indicadores macroeconômicos.
“Mas isso não significa que eles estão prestes a adotar medidas políticas pouco ortodoxas”, pondera, em nota enviada ao mercado. O PBoC também definiu pela diminuição da taxa de recompra reversa de sete dias em 10 pontos-base, passando para 1,8%.
Segundo o ING, o gigante asiático estaria em um momento de “transição dolorosa para uma economia menos alimentada por dívidas, menos centrada na propriedade e mais voltada para o consumidor”.