Investing.com – A agenda energética do presidente eleito Donald Trump, resumida pelo slogan “drill, baby, drill”, promete reduzir barreiras regulatórias, aumentar a produção de combustíveis fósseis e diminuir os preços das commodities.
No entanto, a realidade da produção de energia nos EUA é guiada por decisões econômicas de produtores independentes, e não por diretrizes políticas. Essas empresas, responsáveis perante seus acionistas, precisam avaliar as dinâmicas globais de mercado antes de decidir expandir as atividades de perfuração.
Segundo o analista Ian Mikkelsen, do Wells Fargo (NYSE:WFC), embora seja provável algum grau de desregulamentação no setor de petróleo e gás sob a administração de Trump, a magnitude e os efeitos dessas mudanças ainda são incertos. Alterações regulatórias podem enfrentar atrasos e competir com outras prioridades legislativas.
Além disso, a estreita maioria dos republicanos no Congresso pode limitar a abrangência das reformas.
“Um aspecto que pode ser relativamente fácil de abordar é o processo de concessão de licenças para perfuração em terras federais,” observa Mikkelsen.
Em 2021, o governo Biden implementou políticas mais rígidas para arrendamentos e licenças federais, além de aumentar os royalties sobre a produção, o que resultou em uma queda significativa na emissão de novos contratos de exploração. A simplificação desse processo pode reduzir custos operacionais para empresas que atuam nessas áreas, responsáveis por cerca de 12% da produção terrestre de petróleo nos EUA.
Dada a atual incerteza sobre o alcance da possível desregulamentação, o Wells Fargo mantém suas preferências anteriores no setor de energia.
De forma mais específica, a instituição continua recomendando empresas de Petróleo Integrado e Energia Midstream para investidores interessados em exposição ao setor.
Na quarta-feira, os preços do petróleo subiram, à medida que o mercado focou nas potenciais interrupções de fornecimento resultantes das sanções dos EUA contra empresas energéticas russas e navios transportando petróleo bruto da Rússia.
Em seu relatório mensal sobre o mercado de petróleo, publicado na quarta-feira, a Agência Internacional de Energia (AIE) destacou o impacto potencial das novas sanções, observando que elas podem causar interrupções significativas na oferta e na distribuição de petróleo da Rússia. A agência acrescentou que “os efeitos completos sobre o mercado e o acesso ao petróleo russo ainda são incertos.”
As preocupações com as sanções parecem estar pressionando os preços para cima, juntamente com as expectativas de uma possível redução nos estoques de petróleo nos EUA nesta semana.
A questão principal permanece: qual será o impacto real sobre a oferta russa no mercado global e se fontes alternativas ou medidas compensatórias serão suficientes para suprir possíveis déficits.
Enquanto isso, a Opep projeta que a demanda global por petróleo aumentará em 1,43 milhão de barris por dia em 2026, mantendo um ritmo de crescimento semelhante ao previsto para 2025.
Essa projeção está em linha com a perspectiva de longo prazo da Opep, que prevê o crescimento contínuo da demanda por petróleo nas próximas duas décadas. Em contrapartida, a AIE prevê que a demanda atingirá seu pico ainda nesta década, à medida que a transição global para energia mais limpa se intensifica.
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