Por Teresa Cespedes
LIMA (Reuters) - Um consórcio formado pela brasileira Odebrecht e a espanhola Enagás venceu nesta segunda-feira uma licitação para construir e operar um gasoduto que demandará investimentos de até 4 bilhões de dólares no Peru, o maior projeto de energia no país e fundamental para o governo do presidente Ollanta Humala.
O Proinversión, órgão estatal que promove o investimento privado no Peru, concedeu o projeto ao grupo denominado Gasoduto Sur Peruano, no qual a construtora Odebrecht [ODBES.UL] tem uma participação de 75 por cento e Enagás de 25 por cento.
O gasoduto com cerca de 1 mil quilômetros se estenderá desde a reserva de gás natural de Camisea, localizada no sul da selva do Peru, e cruzar a Cordilheira dos Andes para a região costeira de Moquegua, onde operam grandes mineradoras.
"Os recursos de Camisea, que têm contribuído para o desenvolvimento nos últimos 10 anos, vão chegar desta vez aos mercados do sul e permitirão sustentar o crescimento, que é o único caminho viável para combater a pobreza em nosso país", disse a jornalistas o ministro de Minas e Energia, Eleodoro Mayorga.
O prazo para a construção do gasoduto é de 56 meses, a contar da assinatura do contrato de concessão, de acordo com a agência estatal.
A concessão do projeto ocorre num momento em que a economia do Peru vem perdendo força por conta de uma menor demanda pelos minérios que o país exporta para a China, principal consumidor global.
O Proinversión disse que a Odebrecht e Enagás venceram a licitação ao ofertar 7,329 bilhões de dólares, incluindo investimentos entre 3,6 bilhões e 4 bilhões de dólares para construir o gasoduto e as despesas administrativas que serão geradas durante os 34 anos de concessão do projeto.
A agência estatal rejeitou a proposta técnica do outro grupo interessado no projeto, composto pela francesa Suez, a norte-americana Sempra, a argentina Techint e a colombiana TGI.
(Reportagem adicional de José Elias Rodriguez em Madri)