O ouro fechou em queda nesta sexta-feira, 17, e encerrou a semana com perda de quase 2%, diante de altas dos juros dos Treasuries e do dólar no exterior, após dirigentes do Federal Reserve (Fed) sinalizarem por mais aperto monetário forte nos EUA.
Na Comex, divisão de metais da New York Mercantile Exchange (Nymex), o ouro com entrega prevista para agosto recuou 0,50% hoje e acumulou perdas de 1,86% na semana, a US$ 1.840,60 por onça-troy.
A postura dura do Fed acerca do combate à forte inflação nos EUA voltou a dar força aos juros dos Treasuries e ao dólar, na comparação com divisas rivais. O movimento no câmbio tende a pressionar o ouro, uma vez que a alta do dólar o encarece, enquanto o aumento dos juros nos EUA reduzem a demanda pelo metal, pois ambos concorrem como ativos seguros para o mercado.
Após apoiar o aumento de 75 pontos-base dos juros nos EUA, o presidente do Fed de Minneapolis e tido como membro mais dovish do BC, Neel Kashkari, afirmou que pode defender nova alta de mesmo ritmo em 26 e 27 julho, quando ocorre a próxima reunião do Comitê Federal de Mercado Aberto (Fomc, na sigla em inglês). Em discurso hoje, o presidente Jerome Powell reiterou seu foco no combate à inflação, assim como a chefe da distrital de Kansas City, Esther George, após ter divergido da maioria na decisão de quarta-feira.
Já o presidente do Fed de St. Louis, James Bullard, afirmou que o BC tem credibilidade e pode controlar a inflação sem empurrar a economia americana a um quadro de recessão.
"Depois de uma semana repleta de decisões de juros de bancos centrais e crescentes temores de recessão, o ouro está começando a parecer atraente. Muitos bolsões de fraqueza estão surgindo na economia dos EUA e isso deve levar a fluxos estáveis de ativos considerados portos seguros nos próximos meses", avalia o analista Edward Moya, da Oanda, em relatório.