O ouro fechou em queda nesta segunda-feira, atingindo as mínimas em mais de um mês, à medida em que prolonga a reação à alta do dólar e das taxas de juros dos Treasuries, que tiram o interesse pelo metal precioso.
O ouro para dezembro fechou em queda de 2,86%, a US$ 2.617,70 por onça-troy, na Comex, divisão de metais da New York Mercantile Exchange (Nymex).
O metal precioso segue em correlação negativa com a valorização da moeda do dólar, que reflete o otimismo econômico alimentado pela vitória de Donald Trump nas eleições presidenciais, diz Rania Gule da XS.com. Planos políticos expansivos fortaleceram o dólar, afastando os investidores do tradicional porto seguro dos metais preciosos, afirma Gule em nota, acrescentando que o ouro poderá continuar a ser negociado em baixa.
A TD Securities reforça a leitura de que a reversão no ouro reflete a forte procura por dólares americanos e a diminuição das probabilidades de uma trajetória excessivamente flexível pelo Federal Reserve (Fed). O banco de investimentos acredita que ainda há espaço adicional para correção do metal, considerando que o posicionamento dos fundos macro é extremo e em níveis que, historicamente, catalisaram uma redução de 7-10%. Outro ponto que justifica a expectativa é que os traders de Xangai estão reduzindo o prazo dos investimentos de ouro ao ritmo mais rápido dos últimos anos.
As atenções se voltam ainda para os dados de inflação, incluindo a divulgação do índice de preços ao consumidor nos EUA na quarta-feira, e os comentários de dirigentes do Federal Reserve sobre a flexibilização da política monetária, diz Gule, da XS.com. Taxas de juros mais altas para conter a inflação, normalmente, diminuem o apelo do ouro não remunerado.