Nova aposta de Buffett dispara dois dígitos; como antecipar esse movimentos?
Investing.com — Os preços do ouro subiram mais de 1,5% nesta sexta-feira, atingindo a faixa de US$ 3.350 por onça, após o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, ameaçar impor tarifas de 50% sobre produtos importados da União Europeia. O movimento reflete uma busca crescente por proteção em ativos considerados seguros, como o ouro, em meio ao aumento da aversão ao risco.
Trump também mirou o setor de tecnologia ao anunciar que, caso a Apple (AAPL) não transfira sua produção de iPhones para os Estados Unidos, aplicará uma tarifa adicional de 25% sobre os produtos da companhia fabricados na Europa e na Ásia. As declarações acentuaram as preocupações do mercado, que já reagia negativamente ao impasse nas negociações comerciais entre EUA e União Europeia.
Tensões comerciais e incertezas econômicas sustentam o ouro
O ouro acumula alta de aproximadamente 3% na semana, caminhando para registrar sua melhor performance mensal em mais de um mês. O movimento altista não se deve apenas às tensões comerciais, mas também ao aumento das preocupações fiscais nos Estados Unidos.
A nova legislação tributária aprovada pela administração Trump deverá pressionar ainda mais o orçamento americano. As projeções indicam que a medida poderá ampliar o déficit dos EUA em cerca de US$ 3 trilhões ao longo da próxima década. Esse cenário tem levado investidores a reduzir exposição em Treasuries de longo prazo e reforçar posições no ouro como proteção.
Dólar recua e ouro se aproxima de máxima histórica
Em comunicado nas redes sociais, Trump afirmou que não houve progresso nas negociações comerciais com a União Europeia e propôs uma tarifa direta de 50% sobre produtos europeus a partir de 1º de junho. Reiterou também que a Apple enfrentará uma tarifa de 25% sobre produtos que continuar importando da Europa e da Ásia, caso não relocalize sua produção para os EUA.
Os impactos foram imediatos: as bolsas europeias operaram em queda e os futuros dos índices de ações dos EUA indicaram abertura negativa. O dólar sofreu forte pressão, com o dólar index caindo 0,50%, para 99,13, acumulando a quarta sessão consecutiva de perdas nas últimas cinco.
Queda nos yields dos Treasuries acelera fuga para ativos de proteção
Os Treasuries americanos registraram forte demanda, refletindo o aumento da aversão ao risco. O rendimento da nota do Tesouro de 2 anos recuou 7,6 pontos-base, para 3,925%, enquanto o yield do título de 10 anos caiu 6,4 pontos-base, para 4,476%.
As preocupações fiscais, alimentadas pelos planos de aumento de impostos e pelo impacto projetado sobre o déficit, agravam o desconforto dos investidores com o já elevado nível de endividamento público dos EUA. Segundo análise do Saxo Bank, “o ouro se prepara para registrar sua melhor semana no último mês, impulsionado pelo aumento do risco fiscal americano decorrente dos novos planos tributários de Trump.”
Geopolítica adiciona mais pressão altista sobre o ouro
O noticiário geopolítico também contribuiu para fortalecer a demanda pelo metal precioso. Informações de que Israel estaria avaliando possíveis operações contra instalações nucleares no Irã elevaram as tensões no Oriente Médio, adicionando mais um vetor de incerteza aos mercados.
Além das questões comerciais, os riscos geopolíticos estão levando investidores a aumentar sua exposição ao ouro. Analistas destacam que esse movimento pode se estender para outros metais preciosos, como prata e platina, que também tendem a se beneficiar de cenários de maior aversão ao risco.
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