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Petróleo aprofunda perdas com aumento do receio de recessão nos EUA; dados semanais são adiados

Publicado 23.06.2022, 17:12
© Reuters.
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Por Barani Krishnan

Investing.com -- O presidente do Fed, Jerome Powell, reiterou que o banco central não tem a intenção de afundar a economia dos EUA, mas os aumentos dos juros com os quais está ameaçando os investidores não vem proporcionando segurança ao mercado de petróleo, que aprofundou as suas perdas na sexta-feira, fechando abaixo dos US$ 105 por barril em função de temores quanto a uma recessão.

Outro elemento que exacerbou a cautela nos ânimos dos investidores foi o surpreendente adiamento do relatório semanal do inventário de petróleo dos EUA, que, segundo a Bloomberg, ocorreu por "questões de energia", e não devem ser publicados até semana que vem. 

petróleo WTI, negociado em Nova York e referência de preço nos EUA, fechou o pregão de quinta-feira com queda de US$ 1,09, ou 1,8%, a US$ 104,27 por barril.

O Brent, cotado em Londres e referência mundial de preço, fechou com baixa de US$ 1,69, ou 1,5%, a US$ 110,05.

"Os preços do petróleo podem seguir pesados até que Wall Street tenha precificado totalmente a desaceleração econômica que levará esta economia à beira de uma recessão", afirmou Ed Moya, analista da plataforma de negociação online OANDA.

Powell reiterou, no segundo dia da sua aparição semestral diante do Senado dos EUA, que o Fed não tinha nenhuma intenção de frear deliberadamente a economia a fim de reduzir a inflação, que está acima de 8% ao ano – mais de quatro vezes a meta do banco central.

Contudo, o banco central estaria relutante em passar do aumento dos juros para a sua redução até ter visto provas claras de que a inflação estaria cedendo de forma convincente, disse Powell.

"Não podemos falhar nisso. Nós realmente precisamos baixar a inflação", disse Powell. "Vamos precisar ver provas de que ela realmente está cedendo antes de anunciamos: "missão concluída".

O Fed anunciou na semana passada o seu mais duro aumento dos juros em 28 anos a fim de combater a inflação, acrescentando 0,75 ponto percentual que alavancaram as principais taxas de empréstimos para até 1,75%, em relação ao seu pico de 1% em maio. 

Essa elevação ocorreu após a inflação dos EUA, medida pelo Índice de Preços ao Consumidor, ter avançado 8,6% em maio, em termos anualizados, o que representa mais de quatro vezes a meta do Fed. 

A taxa de inflação desejada pelo Fed é de apenas 2% ao ano, e o banco central prometeu aumentar os juros para os níveis e pelo tempo necessários para trazer o avanço dos preços de volta à sua meta anual.

Os economistas, no entanto, temem que, com a sua escalada dos juros, o banco central force a economia dos EUA para uma recessão.

A economia norte-americana já apresentou retração de 1,4% no primeiro trimestre. Se ela não voltar para o terreno positivo no segundo trimestre, os Estados Unidos estarão, tecnicamente, em recessão, já que bastam apenas dois trimestres consecutivos de crescimento negativo para atender a definição.

Em relação aos dados semanas de inventário de petróleo bruto, até a quarta-feira os analistas acompanhados pelo Investing.com esperavam que a EIA informasse uma queda nos estoques de petróleo de 569.000 barris, em contraste com o aumento de 1,96 milhão de barris anunciado durante a semana finda em 10 de junho.

Em relação aos inventários de gasolina, o consenso é de consumo de 452.000 barris, contra os 710.000 barris consumidos na semana anterior.

Com os estoques de destilados, a expectativa é de uma alta de 328.000 barris, em contraste com o acúmulo da semana anterior de 725.000 barris.

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