Por Peter Nurse
Investing.com – Os preços do petróleo recuavam na quinta-feira, atingindo seu menor patamar em duas semanas, devido a preocupações contínuas com uma desaceleração do crescimento global, além de restrições na China contra a Covid-19.
Às 11h35 (horário de Brasília), o petróleo norte-americano cedia 1,82%, a US$ 87,87 por barril, enquanto o petróleo Brent se desvalorizava1,79%, a US$ 93,88 por barril, no mercado futuro.
Já o contrato futuro de gasolina RBOB nos EUA r4ecuava 0,35% a US$ 2,4254 por galão.
Dados econômicos recentes apontam para uma possível desaceleração do crescimento global, o que pode prejudicar a demanda de petróleo, devido ao enfraquecimento da atividade.
A atividade industrial na zona do euro registrou nova queda no último mês e, embora o mercado de trabalho nos EUA transpareça firmeza, com dados mostrando, na quinta-feira, que o número de americanos solicitando seguro-desemprego recuou inesperadamente na semana passada, o país acabou entrando em recessão técnica no último mês.
Na China, maior país importador de petróleo do mundo, o índice PMI de atividade industrial do Caixin, que mede a atividade manufatureira do setor privado, voltou a apresentar contração no mês passado.
Ao mesmo tempo, a cidade chinesa de Chengdu, capital da província de Sichuan, onde moram 21 milhões de pessoas, entrou em lockdown, mostrando que as autoridades do país seguem com sua política de Covid zero.
Embora Chengdu não seja tão importante economicamente quanto Xangai, que foi alvo de bloqueios no início do ano, é um centro industrial relevante. A Volvo Cars (ST:VOLCARb) informou que sua fábrica será fechada temporariamente, e a expectativa é que outras empresas façam o mesmo.
Além disso, os juros devem subir mais na Europa e nos EUA, à medida que os bancos centrais tentam conter a disparada da inflação às custas do crescimento econômico.
Pelo lado da oferta, aumentam as chances de os Estados Unidos concordarem em retirar as sanções às exportações petrolíferas do Irã, ratificando o acordo nuclear com o país persa.
Washington manteve tratativas com Israel em torno do acordo, contra o qual Jerusalém se opõe fortemente, na quarta-feira, o que não seria necessário se o governo americano não estivesse realmente engajado em um acordo.
“Há rumores de que os EUA e o Irã alcançaram um acordo sobre o programa nuclear, com um anúncio previsto nas próximas duas ou três semanas”, disseram analistas do ING em nota aos clientes. “A notícia cita uma ex-autoridade da Agência Internacional de Energia Atômica. Contudo, sem uma corroboração de outras partes, consideramos que a notícia não passa de um rumor”.
Na próxima semana, a Organização dos Países Exportadores de Petróleo se reunirá com seus aliados, a fim de discutir os níveis de produção.
A Arábia Saudita, líder de facto do grupo, aventou a possibilidade de corte de oferta na semana passada, alegando que os mercados futuros e físicos estavam desconectados, mas a expectativa é que os membros mantenham a produção estável, com os preços não tão distantes do nível de US$ 100 por barril.