Investing.com – Os preços do petróleo registravam alta nesta terça-feira, 24, após anúncios de novos estímulos monetários da China, além das tensões no Oriente Médio e o risco de interrupções no fornecimento dos EUA.
Às 10h10 de Brasília, o barril do petróleo Brent, referência mundial e para a Petrobras (BVMF:PETR4), avançava 2,53%, a US$ 75,05, enquanto o barril do Texas (WTI), referência nos EUA, valorizava-se 2,79%, a US$ 72,34 por barril no mercado futuro.
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Os preços do petróleo subiram após as autoridades chinesas anunciarem, nesta terça-feira, uma série de medidas destinadas a estimular o crescimento econômico.
O Banco Popular da China (PBOC) informou que reduzirá as exigências de reservas dos bancos em 50 pontos-base, liberando mais liquidez no sistema financeiro. Além disso, o governo anunciou a redução das taxas de hipoteca para empréstimos já existentes, numa tentativa de revigorar o mercado imobiliário em dificuldades.
Essas iniciativas seguem o corte de uma taxa de recompra de curto prazo realizado pelo PBOC na segunda-feira, também com o objetivo de aumentar a liquidez.
A China é o maior importador de petróleo do mundo, mas sua recente desaceleração econômica gerou preocupações sobre uma possível queda na demanda futura.
O mercado de petróleo também ganhou força com a escalada do conflito no Oriente Médio, sem sinais de trégua à vista.
Na segunda-feira, Israel bombardeou várias posições ligadas ao Hezbollah no Líbano, aumentando o risco de uma escalada no conflito com o grupo militar libanês. O país também manteve sua ofensiva contra o Hamas em Gaza.
Os traders estão precificando a possibilidade de maiores interrupções no fornecimento de petróleo, caso o conflito no Oriente Médio se amplie.
Nos EUA, as atenções também estão voltadas para a tempestade tropical Helene, a segunda grande tempestade a atingir o Golfo do México neste mês, após o furacão Francine devastar a região rica em petróleo.
Interrupções prolongadas na produção de petróleo no Golfo do México podem apertar ainda mais a oferta no mercado dos EUA, elevando os preços no curto prazo.
Essas notícias, somadas ao otimismo com a possível redução das taxas de juros pelo banco central americano, ajudaram os preços a se recuperarem de mínimas próximas a três anos.
Entretanto, dados moderados sobre a atividade empresarial em várias economias importantes continuam a levantar preocupações sobre uma desaceleração da demanda.
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Índices de Gerentes de Compras (PMIs) mistos, vindos dos EUA, da zona do euro e, mais recentemente, do Japão, indicam uma desaceleração da atividade industrial, o que pode sinalizar uma demanda mais fraca por petróleo.
Embora os PMIs do setor de serviços tenham mostrado resiliência na atividade econômica geral, o cenário de uma desaceleração prolongada na manufatura adiciona novos desafios para o mercado de petróleo.
Os PMIs moderados alimentam preocupações de que a demanda global por petróleo pode cair à medida que as condições econômicas pioram nos próximos meses. No entanto, analistas otimistas esperam que os cortes nas taxas de juros pelos principais bancos centrais possam mitigar essa tendência.