Por Peter Nurse
Investing.com – Os preços do petróleo operavam em alta na quinta-feira, prestes a fechar a semana com fortes ganhos, com a China tentando impulsionar a demanda em meio à restrição da oferta mundial.
Às 10h30 (horário de Brasília), o petróleo norte-americano avançava 0,72%, a US$ 95,54 por barril, enquanto o Brent se valorizava 1,03%, a US$ 102,22 por barril, no mercado futuro.
O contrato futuro de gasolina RBOB nos EUA apresentava alta de 0,72%, a US$ 2,8193 por galão.
O governo chinês anunciou planos, nesta quinta-feira, de elevar o estímulo econômico para 1 trilhão de iuanes, cerca de US$ 150 bilhões de dólares.
Essa tentativa de restaurar a economia abalada pela estiagem e as restrições contra a Covid-19 foi bem recebida pelo mercado petrolífero, haja vista que o país é o maior importador de petróleo do mundo.
A notícia deu um viés positivo para o mercado, que já mostrava força após a divulgação de dados da Administração de Informações Energéticas dos EUA, mostrando que os estoques de petróleo no país caíram mais do que o esperado na semana passada.
O volume de petróleo e produtos derivados exportados pelos EUA na semana passada foi o maior da série histórica, iniciada em fevereiro de 1991.
"Os números da EIA divulgados ontem foram bastante positivos”, disseram analistas do ING em nota. “Os estoques de petróleo comercial nos EUA tiveram uma queda 3,28 milhões de barris na semana passada. No entanto, levando em consideração as liberações da Reserva Estratégica de Petróleo, os estoques totais nos EUA tiveram um declínio significativo de 11,37 milhões de barris".
Além disso, no início da semana, o ministro do petróleo da Arábia Saudita, príncipe Abdulaziz bin Salman, aventou a possibilidade de que a Organização de Países Exportadores de Petróleo e seus aliados, grupo conhecido como Opep+, pode cortar a produção para alçar o mercado.
Ele disse ainda que os preços futuros, que recuaram mais de 25% desde as máximas de meados do ano, não estão refletindo a restrição do mercado físico.
Além disso, os investidores estão atentos aos desdobramentos do acordo nuclear com o Irã, que pode permitir a retomada das exportações petrolíferas do país persa no mercado global.
“Os EUA finalmente responderam à proposta da UE no sentido de retomar o acordo”, disse o ING. “Embora as negociações claramente estejam se encaminhando para a direção certa, os EUA afirmaram que ‘ainda não chegamos lá’ e que há ‘lacunas’ a serem preenchidas”.