Por Peter Nurse
Investing.com – Os preços do petróleo subiam na sexta-feira, devido a uma expansão menor da oferta da Arábia Saudita, embora temores de recessão ainda pensem bastante sobre o mercado.
Às 11h20 (horário de Brasília), o petróleo norte-americano avançava 2,27%, a US$ 97,94 por barril, enquanto o {{98.20|Brent}} se valorizava 2,19%, a US$ 101,17 por barril, no mercado futuro.
O contrato futuro de gasolina RBOB nos EUA apresentava alta de 0,51%, a US$ 3,2001 por galão.
O presidente dos EUA, Joe Biden, está em visita à Arábia Saudita nesta sexta-feira, em uma cúpula com aliados do Golfo, com o expresso objetivo de persuadir os principais players da região a produzir mais petróleo e, assim, baixar os preços do produto.
Tudo indica, entretanto, que o mandatário americano terá um difícil trabalho pela frente, depois que a Reuters citou uma autoridade do país dizendo que não há expectativa de aumento de produção imediato por parte da Arábia Saudita.
Isso ocorre no momento em que os membros da Organização dos Países Exportadores de Petróleo enfrentam dificuldades para atingir seus níveis acordados de produção em razão da falta de investimento em infraestrutura.
Dito isso, Biden pode obter alguma ajuda da Líbia depois que o presidente da petroleira estatal National Oil Corp, Farhat bin Qadara, prometeu encerrar um bloqueio gerado por uma disputa por poder entre governos rivais e dobrar a produção petrolífera para 1,2 milhão de barris por dia.
O mercado testemunhou uma acentuada queda dos preços recentemente, com o Brent e o WTI recuando mais de 5% ao longo da semana, com chances de encerrá-la abaixo de US$ 100 por barril pela primeira vez desde o início de abril.
Essas perdas se devem principalmente a temores de que um aperto agressivo da política monetária por uma série de bancos centrais, com destaque para o Federal Reserve (Fed, banco central dos EUA), possa provocar uma recessão global.
Dados divulgados nesta sexta-feira indicaram que a economia da China registrou uma contração no 2º tri, acima do esperado, fazendo com que seu crescimento anual seja de apenas 0,4%, o menor desde o início da pandemia. Os números fizeram com que os analistas do Goldman Sachs (NYSE:GS) cortassem novamente a perspectiva de crescimento do país no ano, para apenas 3,3%.
Dados divulgados no início da semana mostraram que as importações petrolíferas chinesas em junho afundaram para seu patamar mais baixo desde julho de 2018.
A China é o maior país importador de petróleo do mundo e a segunda maior economia do planeta, além de ser um dos maiores vetores de crescimento da Ásia.
O que estava piorando o sentimento nos mercados petrolíferos recentemente era a força do dólar, que está perto do seu nível mais alto em duas décadas. O dólar mais forte geralmente prejudica o petróleo, na medida em que a commodity precificada na moeda americana fica mais cara para detentores de outras divisas.
A contagem semanal de sondas divulgada pela Baker Hughes e os dados de posicionamento da CFTC encerram a semana, como de costume.