Por Peter Nurse
Investing.com – Os preços do petróleo operavam em alta nesta quinta-feira, após a Agência Internacional de Energia elevar suas projeções de demanda petrolífera, ajudando a ampliar os ganhos da semana, na esteira de dados de inflação mais fracos nos EUA.
Às 10h50 (horário de Brasília), o petróleo norte-americano avançava 1,60%, a US$ 93,38 por barril, enquanto o Brent se valorizava 1,26%, a US$ 98,63 por barril, no mercado futuro.
O contrato futuro de gasolina RBOB nos EUA apresentava alta de 0,01%, a US$ 3,0690 por galão.
A organização intergovernamental com sede em Paris elevou sua perspectiva de demanda para 2022 em 380.000 barris por dia, citando as grandes altas de preços de fontes energéticas concorrentes.
“Os preços do gás natural e da energia elétrica dispararam até as máximas recordes, incentivando a troca de gás por óleo em alguns países”, declarou a agência em seu relatório mensal sobre o petróleo.
Essa notícia foi recebida com otimismo, mesmo com a Opep adotando uma visão contrária e cortando suas previsões para o crescimento da demanda mundial de petróleo em 2022 pela terceira vez desde abril.
A Organização dos Países Exportadores de Petróleo afirmou, em seu relatório mensal, na quinta-feira, que espera que o consumo de petróleo tenha uma alta de 3,1 milhões de barris por dia em 2022, o que representa uma queda de 260.000 barris por dia em relação à previsão anterior.
“Os fundamentos do mercado mundial de petróleo continuaram registrando forte recuperação até os níveis pré-Covid-19 durante a maior parte do primeiro semestre de 2022, embora tenham surgido sinais de desaceleração do crescimento da economia e da demanda de petróleo no mundo", declarou a Opep no relatório.
Pelo lado da oferta, a AIE disse que a produção petrolífera da Rússia deve cair cerca de 20% no início do ano que vem, à medida que a proibição de importação da União Europeia entra em vigor, o que pode tirar do mercado cerca de dois milhões de barris por dia no início de 2023.
Os preços do petróleo acumulam alta de quase 5% na semana, recuperando-se da sua maior queda semanal desde abril de 2020, na semana passada, em vista de uma reavaliação da trajetória de aperto monetário do Federal Reserve (Fed, banco central americano), após a divulgação de dados do IPC mais fracos do que o esperado nos EUA.
Mesmo assim, a alta dos estoques de petróleo no país, na semana passada, e a retomada dos fluxos de petróleo em um oleoduto que abastece a Europa central limitaram os ganhos de preço.
Os estoques petrolíferos nos EUA tiveram um salto de 5,5 milhões de barris na última semana, de acordo com a Administração de informações Energéticas do país, na quarta-feira, mais do que a expectativa de aumento de 73.000 barris.
“As menores exportações de petróleo ajudaram no acúmulo de estoques”, disseram analistas da ING em nota. “As exportações de petróleo bruto dos EUA caíram 1,4 mbpd para 2,11 mbpd durante a semana, menor patamar desde janeiro”.