Por Peter Nurse
Investing.com -- Os preços do petróleo caíram de forma acentuada na segunda-feira, após as medidas para travar a propagação da variante ômicron da Covid-19 na Europa e nos EUA suscitarem receios de que a demanda global pela commodity sofrerá um novo impacto.
Às 15:16, os contratos futuros do petróleo WTI, cotado em Nova York e referência de preços nos EUA, eram negociados com baixa de 4,23% a US$ 67,83 por barril, enquanto os contratos do Brent, cotado em Londres e referência mundial de preço, apresentavam queda de 3,69% a US$ 70,82.
Os Países Baixos entraram em lockdown no domingo, enquanto o Reino Unido e a Alemanha estão cogitando a ideia de mais restrições contra a Covid-19 antes dos feriados de Natal e Ano Novo.
Nos EUA, a Organização Mundial de Saúde disse no sábado que a variante ômicron havia sido encontrada em 43 dos 50 estados norte-americanos, enquanto as internações por Covid-19 saltaram 45% no último mês e os casos confirmados aumentaram 40%, a uma média semanal de 123 mil novas infeções por dia nos EUA.
Soma-se aos ânimos pessimistas a notícia de que o projeto de investimentos internos de US$ 1,75 trilhão do presidente Joe Biden provavelmente não será aprovado pelo Senado na sua forma atual, negando à economia dos EUA uma outra injeção de estímulo.
Consequentemente, o influente banco de investimento Goldman Sachs (NYSE:GS) (SA:GSGI34) reduziu as previsões do PIB dos EUA para os três primeiros trimestres do ano que vem.
"Com uma espada sobre as projeções de crescimento econômico e pouca perspectiva quanto a maiores estímulos para combater a desaceleração, a aversão ao risco tornou-se o nome do jogo na segunda-feira", afirmaram os analistas do Grupo XM em relatório.
Outro fator foi a contagem de plataformas de petróleo e gás dos EUA, um indicador antecipado da produção futura, que subiu três unidades na semana encerrada em 17 de dezembro, alcançando 579 unidades, o número mais alto desde abril de 2020, segundo um relatório da Baker Hughes publicado na sexta-feira.
Ainda assim, esse relatório está ligado à produção futura, enquanto o maior campo petrolífero da Líbia está atualmente paralisado, retirando do mercado 284 mil barris por dia de produção pouco mais de uma semana antes das eleições nacionais marcadas no país.
Além disso, a Organização dos Países Exportadores de Petróleo, Rússia e aliados, conhecidos como OPEP+, disse na sua última reunião, ocorrida no início de dezembro, que poderiam se encontrar antes da reunião marcada para 4 de janeiro, caso a ômicron apresente um impacto significativo sobre a demanda por petróleo.
É o receio de que os aumentos na oferta serão lentos demais para acompanhar a demanda recorde quando a economia global finalmente se recuperar da devastação do surto de Covid que levou o Goldman Sachs a afirmar na semana passada não se pode descartar o barril do petróleo a US$ 100 em 2023.