Investing.com – O resultado da reunião da Opep+ no domingo muito provavelmente será influenciado pelos preços do mercado, mesmo que a aliança afirme que não esteja preocupada com a cotação do barril, disseram os analistas do Citigroup (NYSE:C) em uma nota enviada aos clientes na quinta-feira, 1.
“O que os oito membros da Opep+ e a Rússia, que se comprometeram a reduzir a produção em maio, farão durante a reunião deste fim de semana provavelmente dependerá dos preços", escreveram os estrategistas do banco, referindo-se a Arábia Saudita, Emirados Árabes Unidos, Kuwait, Omã, Argélia, Cazaquistão e Iraque.
Segundo a nota, se os preços do petróleo, especificamente do Brent, continuarem se deteriorando e chegarem a US$ 70 ou menos, há uma probabilidade de 60-70% de que alguns membros do grupo decidam fazer cortes adicionais na produção, sendo que a Rússia pode não ser um deles.
Em abril, o secretário-geral da Opep, Haitham Al Ghais, afirmou que os 13 membros do cartel liderados pela Arábia Saudita e seus 10 aliados auspiciados pela Rússia, que formam a aliança Opep+, não estavam mirando os preços do petróleo, mas sim os fundamentos do mercado.
Esses comentários foram feitos após a Opep+ anunciar um corte inesperado de 1,7 milhão de barris por dia (mbpd) em abril, além de uma redução de 2 mbpd decidida em outubro. Os cortes, no entanto, não conseguiram fornecer um suporte duradouro para os preços do barril, que recuou abaixo dos US$ 70 no WTI e praticamente testou o mesmo patamar no Brent.
Os analistas do Citigroup concordaram em parte com o secretário-geral da Opep de que a queda de 13% do petróleo futuro neste ano foi provocada principalmente pelos fundamentos do mercado. No entanto, eles enfatizaram que qualquer anúncio de cortes adicionais na produção pela aliança seria motivado pelo preço.
“Tudo indica que os principais membros da Opep, como Arábia Saudita, Emirados Árabes Unidos e Kuwait, podem decidir agir para lembrar ao mundo que a demanda interna deles, especialmente na Arábia Saudita, aumentou a partir de junho”, escreveram os estrategistas na nota.
“Eles podem optar por implementar um corte adicional na produção para destacar a escassez no mercado, aproveitando o aumento da demanda global por gasolina durante o verão no hemisfério norte”.
Com base nos cálculos dos cortes anunciados pela Opep+ em abril, a expectativa é que a Arábia Saudita lidere os cortes, reduzindo a produção em 500.000 barris por dia (bpd).
Os Emirados Árabes Unidos contribuiriam com 144.000 bpd, Kuwait com 128.000 bpd, Omã com 40.000 bpd e Argélia com 48.000 bpd. O Cazaquistão contribuirá com 78.000 bpd, enquanto o Iraque reduzirá sua produção em 211.000 bpd.
A Rússia tem a intenção de manter uma redução de 500.000 bpd até o final do ano, conforme anunciado um mês atrás. No entanto, os dados de exportação russos sugerem que Moscou está cortando pouco e, em vez disso, está aumentando seus embarques de petróleo.