O petróleo encerrou a sessão em alta, com impulso renovado após autoridade russa indicar disposição para estender cortes na produção da Organização dos Países Exportadores de Petróleo (Opep). Uma leve melhora na atividade industrial da China e a perspectiva de fim do ciclo de alta de juros do Federal Reserve (Fed) também reacenderam o otimismo com o futuro da demanda global, depois de sucessivos sinais de desaceleração.
Na New York Mercantile Exchange (Nymex), o petróleo WTI para outubro fechou em alta de 2,45% (US$ 2,00), a US$ 83,63 o barril. O petróleo Brent para novembro, negociado na Intercontinental Exchange (ICE), fechou com ganhos de 1,86% (US$ 1,59), a US$ 86,83 o barril. No mês, os contratos mais líquidos do WTI e do Brent avançaram 3,75% e 2,86%, respectivamente.
Os preços subiram diante de nova expectativa de redução na oferta, após o vice-primeiro-ministro russo, Alexander Novak, afirmar que a Rússia e a Opep+ concordaram em reduzir fornecimento do petróleo, segundo reportou a Reuters. A declaração parece ter pesado mais que a notícia de que a oferta iraniana subiu em agosto ao nível mais alto desde 2018, alavancando a produção da organização.
O mercado observou ainda a divulgação, na noite anterior, do índice de gerentes de compras industrial (PMI) chinês, que subiu a 49,7 em agosto. A Navellier disse que o indicador pode sugerir que a estagnação da China pode estar acabando. "Apesar de leituras abaixo de 50 sinalizarem contração, o componente de novos pedidos subiu a 50,2, marcando o primeiro aumento em pedidos desde março. O Ocidente não confia nos dados chineses, mas o PMI é o um dos indicadores mais 'limpos'", comentou.
Outros drivers importantes do dia foram os dados econômicos de inflação, consumo, renda e emprego dos Estados Unidos que, embora mistos, fortaleceram apostas na proximidade do término do aperto monetário no país.
O furacão Idália, recentemente rebaixado a tempestade, fez os preços subirem no mercado nos últimos dias ao passar pelo Golfo do México, mas agora parece ser um assunto já superado no setor de petróleo, de acordo com o consultor de Energia da StoneX, Thiago Vetter. "Não vemos mais nenhum risco de disrupção na produção e refino ou na importação e exportação do petróleo" na região, afirma.