Os contratos futuros de petróleo fecharam em alta, contabilizando o quarto dia seguido de ganhos, diante das perspectivas de aumento na demanda num momento de produção limitada. Com isso, a commodity registra a quinta semana consecutiva de avanços. As perspectivas de amenização da pandemia e aumento da mobilidade estimulam as projeções de maior procura pelo produto, assim como a atual crise energética na Europa, que sugere uma maior busca pela petróleo como alternativa ao gás.
O petróleo WTI para novembro fechou em alta de 0,93% (US$ 0,68), a US$ 73,98 o barril, na New York Mercantile Exchange (Nymex), e o Brent para o mesmo mês avançou 1,09% (US$ 0,84), a US$ 78,09 o barril, na Intercontinental Exchange (ICE). Na semana, o WTI para subiu 3,00%, e o Brent, 3,65%.
Os fundamentos de oferta e demanda de curto prazo sugerem que o mercado permanecerá apertado durante os próximos meses, aponta Edward Moya, analista da Oanda. Segundo ele, a perspectiva da demanda está se tornando bastante otimista, já que alguns modelos preveem um declínio constante nos casos de covid-19 até março, indica, lembrando que as viagens de férias continuarão a aumentar, apoiando a demanda de combustível de aviação. Além disso, Moya lembra que os baixos estoques de gás natural e um inverno frio para o hemisfério norte podem significar aumento da demanda por petróleo como fonte alternativa de energia.
A alta do dólar limitou os ganhos, assim como o fato de o ministro iraniano das Relações Exteriores, Hossein Amirabdollahian, ter dito que as negociações do acordo nuclear com o país serão retomadas em breve, lembra o analista. Já a Rystad Energy indica que a liberação de reservas chinesas de petróleo buscando conter os preços teve pouco efeito, com o mercado avaliando que os volumes não foram significativos.
Mesmo com produção retornando, e hoje a Baker Hughes apontou uma alta de dez poços e plataformas em operação nos EUA na última semana, "a escassez de oferta percebida apertou significativamente o mercado", afirma a Rystad Energy. As interrupções no fornecimento relacionadas ao furacão Ida serão em média em torno de 300 mil barris por dia (bpd) entre agosto e dezembro deste ano e em torno de 120 mil a 125 bpd no primeiro trimestre de 2022, projeta a consultoria.