O petróleo fechou em forte alta nesta quinta-feira, 22, de mais de 2%, e retomou os níveis registrados na sexta-feira passada, 16, última sessão antes do "sell-off" de segunda-feira, 19, quando os contratos registraram baixa de cerca de 7%. Analistas avaliam que o recuo brusco refletiu uma reação exagerada à disseminação da variante delta do coronavírus, o que explica a rápida recuperação.
O barril do petróleo WTI com entrega prevista em setembro avançou 2,29% (+US$ 1,61) na New York Mercantile Exchange (Nymex), a US$ 71,91, enquanto o do Brent com entrega para o mesmo mês subiu 2,16% (+US$ 1,56) na Intercontinental Exchange (ICE), a US$ 73,79.
Analista da Oanda, Edward Moya afirma que as preocupações com a pandemia de covid-19 não mudam o fato de que o mercado de petróleo permanecerá "apertado" no curto prazo, com a demanda superando a oferta, mesmo com o acréscimo na produção da Organização dos Países Exportadores de Petróleo e aliados (Opep+).
"O mercado de petróleo permanecerá apertado e os preços aumentarão ainda mais, uma vez que a tendência de novos lockdowns ou restrições comece a diminuir no sudeste da Ásia, Austrália e Europa", completa Moya.
Para a Ritterbusch & Associates, uma consultoria baseada em Chicago, nos EUA, a queda acentuada da commodity no início da semana parece ter sido provocada pela "reação exagerada à tendência de alta nos casos de covid-19 pela cepa delta". A casa, no entanto, estima que a recuperação acelerada dos preços nos últimos três dias "pode se provar um exagero, dado o impacto potencial da variante sobre a trajetória de crescimento econômico de algumas das principais regiões consumidoras, como os EUA, Europa e Japão".
O Commerzbank ainda aponta para a "guerra" da China contra a alta dos preços de commodities, que o governo do país acredita que pode elevar os riscos de alta da inflação no longo prazo. Diante desta visão, de acordo com observadores do mercado, a China vendeu cerca de 22 milhões de barris de petróleo das suas reservas estratégicas recentemente, segundo cita o banco alemão, em relatório a clientes.
A instituição também ressalta que as importações chinesas do óleo tem desacelerado, o que pode pesar sobre os preços da commodity, já que a China é a sua maior importadora global.
*Com informações de Dow Jones Newswires