O petróleo registrou queda nesta segunda-feira, 19, em uma sessão com liquidez reduzida, devido a um feriado no Estados Unidos. A commodity recuou ainda após uma semana de fortes ganhos, em um movimento de correção.
Os temores com a economia global pesam no mercado, especialmente devido à desaceleração da China, além da possibilidade de que os estímulos governamentais sejam menores do que muitos esperavam. Ainda assim, há a visão de que há espaço para as cotações avançarem nos próximos meses.
O WTI para agosto operava em baixa de 0,58%, a US$ 71,51 por barril, na New York Mercantile Exchange (Nymex), às 15h30 (de Brasília), no pregão eletrônico, e o Brent para o mesmo mês fechou em baixa de 0,68% (US$ 0,52), a US$ 76,09 o barril, na Intercontinental Exchange (ICE).
Para Craig Erlam, analista da Oanda, há um sentimento geral nos mercados da ausência de quaisquer catalisadores notáveis. Ele lembra que o petróleo se recuperou muito bem na última semana, após ter caído para as mínimas de 2023 na última segunda-feira. "As perspectivas econômicas têm sido um fator importante por trás de sua queda este ano e algumas melhorias nesse lado podem mudar as coisas", avalia. "O problema é que nenhum grande banco central ainda encerrou seu ciclo de aperto e vários outros aumentos de juros ainda podem estar por vir. Mesmo aqueles que anteriormente haviam declarado uma pausa reiniciaram", avalia.
A Rystad Energy faz avaliação semelhante, e acredita que, em algum momento nas próximas semanas, os fundamentos do mercado irão impulsionar os preços do petróleo, e a pressão ascendente irá materializar-se em breve. No entanto, os riscos negativos incluem uma possível falha em estimular a economia chinesa e uma disciplina menor do que o esperado da Organização dos Países Exportadores de Petróleo (Opep+) em aderir aos cortes de produção. "Apesar desses riscos, continuamos confiantes de que uma pressão positiva significativa sobre os preços se materializará no segundo semestre do ano", afirma.
Na sexta-feira, uma reunião do Conselho Estatal da China terminou sem medidas concretas para impulsionar a economia, contrariando a expectativa de adoção de novos estímulos direcionados, em especial para reanimar o setor imobiliário. O Goldman Sachs (NYSE:GS) cortou a projeção de alta do PIB da China em 2023 de 6,0% a 5,4%, devido a "persistentes ventos contrários ao crescimento" no país.