Os contratos futuros de petróleo fecharam em leve alta nesta quinta, 31, em sessão de oscilação e baixa liquidez. Em meio ao avanço da pandemia de covid-19, que tem recordes diários de mortos e a variante mais transmissível do vírus sendo encontrada em mais países, o preço esteve em baixa por boa parte do pregão. No acumulado anual, a doença também foi a responsável por uma queda acentuada no preço da commodity, que teve alguma recuperação em meio ao desenvolvimento e aplicação de vacinas, mas ainda terminou o ano cerca de 20% abaixo do valor de 2019.
Na New York Mercantile Exchange (Nymex), o contrato do WTI para fevereiro subiu 0,25%, a US$ 48,52 o barril, e registrou baixa de 20,5% em 2019. Já o Brent para março também avançou, a 0,32%, a US$ 66,00 o barril, na Intercontinental Exchange (ICE), e teve queda de 23,0% no ano.
Com a nova variante do coronavírus em foco, o pregão foi de cautela. A mutação, originalmente detectada no Reino Unido, já foi identificada também em território americano e na China. Atrasado na vacinação da covid-19, os EUA registraram ontem 3.744 mortes por coronavírus, o maior número diário desde o início da pandemia. Os desdobramentos da pandemia no país, que é o maior consumidor mundial de petróleo, são acompanhados em virtude dos indicativos para a demanda.
No entanto, ao final do pregão o otimismo prevaleceu, e o petróleo acabou registrando leve alta.
Os investidores também acompanharam os desdobramentos do impasse no Senado americano sobre o aumento de US$ 600 para US$ 2 mil nos pagamentos individuais do pacote fiscal. Hoje, o líder do Partido Republicano na Casa, Mitch McConnell, bloqueou uma nova tentativa de aprovar a legislação por unanimidade.
O índice gerente de compras (PMI, na sigla em inglês) industrial da China em dezembro trouxe pouco impacto nos preços da commodity, sendo o pequeno recuo esperado por analistas.
Em vistas de 2021, há otimismo com relação à demanda, mas alguns pontos colocam cautela. A dificuldade de vacinar de maneira suficiente a população no primeiro semestre do ano leva a crer que a retomada pode ocorrer apenas na segunda metade do ano. Além disso, a Organização dos Países Exportadores de Petróleo e aliados (Opep+) pode ter dificuldades em manter os cortes esperados na produção, segundo analistas.