O petróleo fechou em queda nesta terça-feira, 20, ao passo que investidores digerem o corte de juros pelo Banco do Povo da China (PBoC, na sigla em inglês). Analistas apontam que a medida veio abaixo do esperado, em meio a poucos estímulos do governo chinês para acelerar a recuperação econômica, o que tende a gerar preocupações sobre a demanda da segunda maior economia planeta. Além disso, o mercado de energia monitora indícios de aumento na oferta global.
O WTI para agosto fechou em queda de 1,03% (US$ 0,74) a US$ 71,19 por barril, na New York Mercantile Exchange (Nymex), após operar na segunda-feira apenas em pregão eletrônico devido a feriado nos EUA. Já o Brent para o mesmo mês fechou em baixa de 0,25% (US$ 0,19), a US$ 75,90 o barril, na Intercontinental Exchange (ICE).
Na visão da Navellier, os preços do petróleo continuam a ser afetados por temores de mais altas nos juros do Federal Reserve (Fed) e fraqueza na atividade econômica da China.
Analista da Oanda, Edward Moya aponta que houve "frustração" no mercado de energia com o tamanho dos cortes do PBoC nas taxas de juros de longo prazo (LPR, na sigla em inglês) da China. Moya observa que os preços do petróleo recentemente parecem conectados a "qualquer coisa" relacionada à China, apoiados na semana passada diante de sinais de maior demanda e fracos nesta sob as frustrações com os estímulos econômicos.
"O petróleo WTI parece estar começando a encontrar algum suporte decente no nível de US$ 68 e isso deve durar caso o Fed não assuste os mercados - afinal, os dirigentes podem estar prontos para entregar mais de dois aumentos adicionais nas taxas", avalia a Oanda.
Em relatório, o Commerzbank analisa que a fraqueza do mercado de petróleo também pode estar relacionada ao aumento nas exportações de petróleo do Irã e ao suprimento "apenas marginalmente reduzido" da Rússia. "Uma variedade de provedores de dados, consultores e empresas analíticas como Kpler, SVB (OTC:SIVBQ) Energy International e FGE relatam que as exportações de petróleo iraniano atingiram 1,5 a 1,6 milhões de barris por dia em maio, seu nível mais alto em cinco anos", pontua o banco.
No noticiário, a Argentina começou nesta terça a carregar o novo oleoduto "Néstor Kirchner" e deve inaugurá-lo até o dia 9 de julho, reporta o site de notícias Infobae.