Por Peter Nurse
Investing.com -- Os preços do petróleo subiram para um novo pico em dois meses na manhã desta terça-feira, impulsionados pela notícia de que os países da União Europeia chegaram a um acordo para um embargo parcial e em estágios contra o petróleo russo, restringindo ainda mais a oferta global.
Os contratos futuros do petróleo WTI, negociado em Nova York e referência de preços para os EUA, chegaram a ser negociados com alta de 2,38% na máxima do dia, atingindo o patamar de US$ 119,97. Por volta das 13h14, porém operavam em baixa de de 0,20%, a US$ 116,94 por barril. O contrato do Brent, cotado em Londres e referência mundial de preço, atingiu pico de 2,72%, a US$ 120,80 ao longo da manhã, e registrava US$ 117,91, alta de 0,26%, no início da tarde.
Os futuros da gasolina RBOB dos EUA apresentavam avanço de 2,13%, a US$ 4,0119 por galão.
Nas primeiras horas de terça-feira, os líderes da União Europeia concluíram um acordo relacionado ao embargo ao petróleo da Rússia, com exclusão das transferências por meio de oleodutos numa concessão à Hungria.
O acordo visa reduzir 90% das importações de petróleo bruto oriundas da Rússia para o bloco até o final do ano, reduzindo, assim, os ganhos de Moscou para financiar a guerra na Ucrânia.
"É improvável que este seja o acordo final, já que a UE irá trabalhar no sentido de reduzir a dependência da Hungria e de outros países da CEE quanto ao petróleo russo a longo prazo", afirmaram os analistas do ING, em relatório.
Esta notícia deve limitar ainda mais os mercados de petróleo, o que significa que a Europa pode enfrentar escassez de combustíveis durante seu próximo verão, de acordo com o chefe da Agência Internacional de Energia, Fatih Birol.
"Quando a temporada principal de férias começar na Europa e nos EUA, a procura por combustíveis irá aumentar. Poderemos, então, testemunhar escassez: por exemplo, com diesel, gasolina ou querosene, particularmente na Europa," afirmou Birol, de acordo com a revista alemã Der Spiegel.
Os preços do petróleo também foram sustentados pela notícia de que Xangai, o centro comercial da China e a maior cidade do país, anunciou o fim do seu lockdown para a Covid-19, permitindo que a população saia de suas casas e dirija seus próprios veículos a partir de quarta-feira.
A China é o maior importador de petróleo bruto do mundo e as restrições à mobilidade em várias das suas principais cidades desaceleraram drasticamente o seu crescimento econômico, reduzindo a sua demanda de petróleo.
As importações brutas chinesas entre janeiro e abril caíram 4,8% em relação ao mesmo período do ano passado para, 170,89 milhões de toneladas, ou seja, cerca de 10,4 milhões de barris por dia.
Do lado da produção, a Organização dos Países Exportadores de Petróleo e aliados, grupo conhecido como OPEP+, deverá se reunir na quinta-feira, com a expectativa geral de que se mantenha firme em seu acordo prévio e aumente a produção de julho em modestos 432.000 barris por dia.
As nações do Ocidente, que tendem a importar petróleo, têm feito apelos por um aumento mais rápido da produção a fim de diminuir a disparada dos preços, mas seus pedidos têm sido na maior parte ignorados até agora.