Investing.com – Os preços do petróleo oscilavam perto da estabilidade nesta terça-feira, mas ainda estavam próximos das mínimas de quase quatro meses, com as atenções do mercado voltadas principalmente para a reunião de grandes países produtores, a qual deve definir os níveis futuros de oferta.
Às 11h25, o petróleo norte-americano subia 0,27% no mercado futuro, a US$ 94,16 por barril, após atingir seu patamar mais baixo desde o início de abril, enquanto o Brent avançava 0,36%, a US$ 100,35, estabelecendo uma mínima abaixo dos US$ 100 pela primeira vez em mais de uma semana.
Já o contrato futuro de gasolina RBOB nos EUA subia 1,19%, a US$ 3,0333 por galão.
O mercado petrolífero abriu o mês de agosto em tom negativo, dando continuidade à fraqueza dos dois meses anteriores, devido a preocupações de que um aperto agressivo da política monetária possa provocar uma recessão global capaz de afetar a demanda por petróleo.
O mercado mostrava estabilidade na terça-feira, mas pode facilmente voltar a se enfraquecer antes da divulgação da última pesquisa de abertura de empregos e rotatividade da mão de obra para o mês de junho, à qual fornecerá uma visão melhor sobre a rapidez com que o mercado de trabalho pode estar desacelerando no maior país consumidor de petróleo do mundo.
Isso ocorre antes do tão aguardado relatório oficial de empregos nos EUA, que deve mostrar a criação de 250.000 postos de trabalho em julho, uma desaceleração em relação aos 381.000 empregos criados no mês anterior.
“Os dados do mercado de trabalho nos EUA serão fundamentais para determinar a direção do petróleo no futuro. Em caso de dados econômicos fracos, os preços da commodity podem acentuar sua queda”, disseram analistas da FxPro Financial Services. “Não se pode descartar uma nova força de alta se o próximo relatório de empregos surpreender para cima. No entanto, esse cenário parece menos provável”.
Nesta semana, o centro das atenções estará voltado à reunião de quarta-feira da Organização dos Países Exportadores de Petróleo e seus aliados (Opep+).
O membros concluíram o corte histórico de 9,7 milhões de barris por dia acordado em abril de 2020, quando a pandemia de Covid-19 atingiu em cheio a demanda, aumentando a incerteza com o que o grupo irá decidir.
Diversos países consumidores, com destaque para os EUA, pediram que o grupo aumentasse a produção, a fim de reduzir a cotação do barril, responsável por aumentar o custo de vida em várias regiões.
Tudo leva a crer, entretanto, que a Opep+ se mostrará relutante em aumentar a oferta diante da volatilidade do mercado, além do fato de que diversos membros do grupo enfrentam dificuldades para elevar as extrações, dado que sequer conseguem atingir os níveis previstos em suas cotas atuais.
“A desaceleração econômica mundial, em nossa visão, é o fator mais importante a influenciar o preço do petróleo do que os temores de corte de oferta”, complementou a FxPro.
Antes da reunião da Opep+, o Instituto Americano do Petróleo deve divulgar os mais recentes números de estoques nos EUA.
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