Investing.com - Na sexta-feira, contratos futuros do petróleo tiveram os preços mais baixos desde o fim de novembro, registrando uma perda de cerca de 9% já que receios sobre crescimento da produção e aumento dos estoques nos EUA neutralizaram o otimismo que a OPEP e seus aliados estejam comprometidos em cortar a produção.
O contrato com vencimento em abril do U.S. petróleo bruto West Texas Intermediate caiu para a mínima do dia de US$ 48,31 o barril, nível não visto desde 30 de novembro. A cotação era US$ 48,49 no encerramento do pregão, uma baixa de US$ 0,88, ou cerca de 1,8%.
A referência norte-americana perdeu US$ 4,84, ou cerca de 9%, na semana, a maior queda em cinco meses.
Por outro lado, contratos de petróleo Brent com vencimento em maio na Bolsa de Futuros ICE (ICE Futures Exchange) em Londres perderam US$ 0,82, ou cerca de 1,6%, sendo negociados por US$ 51,37 o barril no final do pregão. A referência global caiu para US$ 51,14 mais cedo, seu valor mais baixo desde 30 de novembro.
Durante a semana, o Brent futuro negociado em Londres teve perdas de US$ 4,53, cerca de 8,1%, e teve a quinta semana consecutiva de perda.
Há preocupações com o fato de que a recuperação em curso na produção de xisto nos EUA possa afetar os esforços de outros grandes produtores para reequilibrar o movimento de demanda e oferta mundial
Dados do fornecedor de serviços a campos petrolíferos Baker Hughes na sexta-feira revelaram que o número de plataformas de extração de petróleo ativas nos EUA aumentou em oito na semana passada, o oitavo aumento semanal seguido. Logo, o total é de 617 plataformas, maior número desde outubro de 2015.
Enquanto isso, a Agência de Informação de Energia norte-americana declarou na quarta-feira que os estoques de petróleo bruto tiveram aumento de 8,2 milhão de barris na semana passada e atingiram outra alta recorde de 528,4 milhões. Foi a nona consecutiva de aumento dos estoques norte-americanos, aumentando os receios de um excesso global.
Preços do petróleo têm sido negociados em uma margem de US$ 5 em torno dos US$ 50 pelos últimos três meses já que os sentimentos nos mercados de petróleo estão divididos entre esperanças de que o excedente possa ser reduzido por cortes na produção anunciados pelos principais produtores mundiais e expectativas de uma recuperação na produção dos EUA de xisto.
Países da OPEP e externos à organização tiveram um sólido início em diminuir suas produções de petróleo em cerca de 1,8 milhão de barris por dia até o fim de junho, mas o movimento teve pouco impacto nos níveis dos estoques até o momento.
O Kuwait deve organizar uma reunião ministerial em 26 de março incluindo membros e não-membros da OPEP para rever a conformidade com o acordo de produção e discutir se os cortes devem ser estendidos para além de junho.
Ainda na Bolsa Mercantil de Nova York (Nymex), contratos futuros de gasolina com vencimento em abril tiveram perdas de US$ 0,024, ou cerca de 1,5% sendo negociados a US$ 1,600 o galão na sexta-feira. A semana se encerrou com queda de cerca de 3,2%.
Contratos de óleo de aquecimento com vencimento em abril perderam US$ 0,025, ou 1,7%, e o galão acabou sendo negociado a US$ 1,503, o valor mais baixo desde 30 de novembro. Durante a semana, o combustível perdeu cerca de 5,7%.
Contratos futuros de gás natural com vencimento em abril ganharam US$ 0,034, ou quase 1,2%, sendo negociados a US$ 3,008 por milhão de unidades térmicas britânicas. Tiveram um ganho na semana de cerca de 6,4%.
Na semana a seguir, participantes do mercado prestarão atenção nas mais recentes informações semanais sobre os estoques norte-americanos de petróleo bruto e produtos refinados na terça e na quarta-feira para avaliar a força da demanda do maior consumidor de petróleo do mundo.
Enquanto isso, investidores prestarão atenção em relatórios mensais da Organização dos Países Exportadores de Petróleo e da Agência Internacional de Energia para avaliar a oferta global e os níveis da demanda.
Operadores do mercado também prestarão mais atenção em comentários dos produtores mundiais de petróleo para encontrar mais indicações se eles estão cumprindo o acordo de redução de produção este ano.
Antes da semana que está por vir, a Investing.com compilou uma lista com estes e outros eventos significativos que podem afetar os mercados.
Terça-feira, 14 de março
A Organização dos Países Exportadores de Petróleo publicará sua avaliação mensal dos mercados de petróleo.
Ainda no mesmo dia, o Instituto Americano de Petróleo, grupo do setor petrolífero, deve publicar seu relatório semanal sobre a oferta de petróleo nos EUA.
Quarta-feira, 15 de março
A Agência Internacional de Energia divulgará seu relatório mensal de oferta e demanda globais de petróleo.
A Administração de Informações de Energia dos EUA deve divulgar seus dados semanais sobre estoques de petróleo e de gasolina
Quinta-feira, 16 de março
O governo norte-americano deve divulgar relatório semanal da oferta de gás natural em estoque.
Sexta-feira, 17 de março
A Baker Hughes divulgará seus dados semanais sobre o número de plataformas de petróleo nos EUA.