Investing.com - A cotação do petróleo teve forte alta e fechou a sexta-feira na máxima de oito semanas, já que a perspectiva de uma extensão dos cortes da produção conduzidos pela Opep ajudaram os contratos futuros a registrarem seu maior avanço semanal desde julho.
Os impressionantes ganhos do petróleo desafiaram uma queda em bolsas de valores de todo o mundo, que caíram em resposta a preocupações sobre uma guerra comercial em formação entre os EUA e a China.
Contratos futuros do petróleo West Texas Intermediate (WTI), dos EUA, avançaram US$ 1,58, ou 2,4%, e fecharam em US$ 65,88 o barril, nível não visto desde 2 de fevereiro.
Enquanto isso, contratos futuros de petróleo Brent, referência para preços do petróleo fora dos EUA, avançaram US$ 1,54, ou cerca de 2,2%, para US$ 70,45 o barril no fechamento do pregão.
Na semana, o petróleo WTI saltou quase 5,7%, ao passo que o Brent subiu 6,4%, os maiores ganhos semanais em oito meses.
Os ânimos melhoraram após Khalid al-Falih, ministro de energia da Arábia Saudita, ter afirmado que os membros da Opep precisarão continuar a estar em coordenação com a Rússia e outros países produtores externos à organização a respeito de restrições à oferta em 2019 para reduzir a sobreoferta global de petróleo.
A Opep, em conjunto com alguns países externos à organização liderados pela Rússia, está restringindo a produção em 1,8 milhão de barris por dia para reduzir o excesso de oferta do mercado. O acordo, que foi adotado no inverno passado, vence no final de 2018.
No entanto, analistas e investidores alertaram recentemente que a crescente produção de shale oil nos EUA poderia afetar os esforços da Opep para reduzir o excesso de oferta.
O número de sondas de exploração de petróleo em atividade teve aumento de quatro e totalizou 804 na semana passada, conforme mostraram dados da Baker Hughes, empresa prestadora de serviços de energia, em seu relatório divulgado na última sexta-feira.
A contagem de sondas, indicador prévio da produção futura, está muito mais alta do que estava no ano passado, já que empresas de energia continuaram a aumentar os gastos desde meados de 2016 quando os preços do petróleo começaram se recuperar de uma queda que durava dois anos.
A produção norte-americana de petróleo, conduzida pela extração de shale oil, chegou à máxima histórica de 10,40 milhões de barris por dia na semana passada, ficando acima dos níveis de produção da Arábia Saudita, principal exportador do mundo, e aproximando-se dos níveis da Rússia, maior produtor de petróleo do mundo.
Na semana a seguir, participantes do mercado prestarão atenção nas mais recentes informações semanais sobre os estoques norte-americanos de petróleo bruto e produtos refinados na terça e na quarta-feira para avaliar a força da demanda do maior consumidor de petróleo do mundo e a rapidez com que seus níveis de produção irão continuar a subir.
Antes da semana que está por vir, a Investing.com compilou uma lista com estes e outros eventos significativos que podem afetar os mercados.
Terça-feira
O Instituto Americano de Petróleo, grupo do setor petrolífero, deverá publicar seu relatório semanal sobre a oferta de petróleo nos EUA.
Quarta-feira
A Administração de Informações de Energia dos EUA deverá divulgar seus dados semanais sobre estoques de petróleo e de gasolina
Quinta-feira
O governo norte-americano irá divulgar relatório semanal da oferta de gás natural em estoque.
A Baker Hughes divulgará seus dados semanais sobre a contagem de sondas de petróleo nos EUA. Os dados serão divulgados um dia antes do normal devido ao feriado da Sexta-Feira Santa.